Que a Imaculada Conceição te abençoe pela visita, hoje é

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CEM ANOS DE PRESENÇA CAPUCHINA NO ANIL

CEM ANOS DE PRESENÇA CAPUCHINHA NO ANIL

Elevemos o nosso cântico jubilar de ação de graças, pois o Centenário da Presença Missionária Capuchinha na benemérita Paróquia Nossa Senhora da Conceição do Anil certamente foi escrito com zelo apostólico, espírito de abnegação, solicitude pastoral e a coragem missionária dos Frades, Irmãos e do Povo de Deus para galgar o cume da evangelização, isto é, a implantação da Igreja.
No final do séc. XIX, em 30 de junho de 1893 foi inaugurada a Antiga Companhia de Fiação e Tecidos do Rio Anil, a partir daí houve uma mudança no modo de vida do bairro do Anil, desenvolvendo-se grandemente passando a ter uma boa estrutura social. Como boa parte das fábricas da época, a Companhia de Fiação e Tecidos do Rio Anil, não resistiu aos entraves e faliu em 1961. Portanto, quando os Frades e os Irmãos chegaram ao Anil, a Companhia de Fiação e Tecidos já existia há duas décadas, esbanjando desenvolvimento e com isso, abrindo caminhos com novos desafios para a Igreja da época.
Em 1906, Frei Estêvão de Sesto São João e Frei Josué de Monza pregaram Santas Missões populares no Anil, encontrando-o adormecido, sentiram-no “gelado para as coisas de Deus”. Isso se devia ao deplorável abandono em que o Anil foi deixado por muitos anos. Daí em diante os frades dispensaram especial importância para assistência pastoral. Portanto Frei Estêvão e Frei Josué foram os “operários da primeira hora” aqueles que lavraram a vinha mística do Anil, preparando-as para os operários que deviam plantá-la.
Frei João Pedro do Sesto, cheio de zelo e solicitude pela salvação das almas idealizou um jeito prático para conquistar o povo do Anil, nos inícios do séc. XX. Pensou abrir uma casa para as Irmãs Missionárias Capuchinhas. O fundador deu a esta casa o nome de “Santa Cruz”, pois subindo do porto na direção da colina sobre o qual está construído o Convento das Irmãs, avistou uma cruz erguida de modo imponente e altaneiro, sinalizando que ali já tremulava desfraldado o glorioso estandarte de Cristo.
Obtida a necessária autorização do Núncio Apostólico e o aval de Dom Francisco de Paula e Silva, Bispo Diocesano, dado mediante o decreto de 24 de abril de 1912, as coisas começaram a encaminhar-se para a meta. Em 06 de março de 1913 aportaram em São Luís, as Fundadoras do Convento das Irmãs Missionárias Capuchinhas no Anil: Irmã Inês Maria de Santa Quitéria, Irmã Rita Maria de Canindé, Irmã Coleta Maria de Quixadá e mais cinco noviças acompanhadas por Frei Daniel Rossini de Samarate.
Frei Daniel de Samarate instalou-se no Anil em 31 de março de 1913, permanecendo pouco mais de um ano, como pastor da grei anilense e pai espiritual das Irmãs Missionárias Capuchinhas. No dia 02 de abril de 1913, entre a exultação popular e grande manifestação das famílias do Anil, as irmãs tomaram posse do Convento e do Educandário Santa Cruz apontando para uma nova etapa na conquista de almas e de corações naquela grei abandonada.
O Bispo Diocesano Dom Francisco de Paula e Silva celebrou a Santa Missa na Igrejinha construída em 1906 por Frei Estêvão e Frei Josué no dia 11 de maio de 1913. Na ocasião o Bispo benzeu a Igrejinha, louvou e apoiou todos os esforços feitos por aquela obra recentemente iniciada. Depois de Frei Daniel de Saramate, Frei Germano permaneceu no Anil durante um triênio (1913 / 1915), dando o melhor de suas energias na assistência pastoral do povo de Deus.
Dessa data até 1919, o cuidado pastoral do Anil esteve orientado a partir do Convento do Carmo, isto é, os frades se revezavam no atendimento pastoral. Na metade de outubro de 1918, houve Santas Missões Populares coordenadas por Frei Marcelino de Milão, preparando o povo para a criação da nova paróquia e, ao mesmo tempo, fazer frente ao avanço do protestantismo e do espiritismo naquele rincão insular. Esta foi qualificada como “a grande missão do Anil”, os jornais veicularam a notícia de que o êxito foi completo.
Como resposta às Santas Missões Populares, aos 13 de novembro de 1918, foi criada a conferência de São Vicente de Paulo para socorrer as famílias pobres e necessitadas. A cerimônia foi presidida por Frei Marcelino de Milão, estando presentes, Frei Estevão e o Lazarista Pedro Sarnell.
Aos 11 de janeiro de 1919, Monsenhor João Chaves apresentou Frei Marcelino de Milão ao povo como Pároco; leu o decreto de nomeação do mesmo e recebeu o seu juramento. Frei Marcelino dirigiu aos fiéis a sua saudação e apresentou o seu projeto pastoral. No dia 26 de janeiro de 1919, no Educandário Santa Cruz, foi instalada a Pia Associação das Mães Cristãs; a finalidade da mesma era infundir no seio das famílias católicas valores verdadeiramente cristãos. O Apostolado da Oração também recebeu especial atenção dos 29 zeladores que existiam, em poucos meses aumentaram para 620. A Escola Catequética também recebeu um novo sopro de vida: 495 crianças. Esta obra era a que mais fazia pulsar o coração do Pároco. Para atrair a rapaziada organizou um campo de futebol. As visitas às famílias foram outros meios da solicitude pastoral de Frei Marcelino.
Um ano mais tarde, 09 de fevereiro de 1920, o Povo do Anil recebeu festivamente Dom Helvécio Gomes de Oliveira que veio para administrar a Crisma. As numerosas comunhões chamaram a atenção do Pastor. Porém, grande foi a sua alegria ao constatar a frequência das crianças ao Catecismo. Tudo isso lhe fez declarar que, “estava com a alma repleta de felicidade por constatar tanta piedade e ação católica na Paróquia do Anil”.
No dia 21 de abril do mesmo ano, também o Governador do Estado, Urbano Santos da Costa Araújo, foi ao Anil para visitar o Educandário Santa Cruz e as Instituições paroquiais. Partindo, deixou escrito: “Tenho a grata satisfação de afirmar que o Anil, não é só um centro florescente de catolicismo, mas também, um dos bairros onde a educação e a instrução se distinguem e refulgem quais luzes brilhantes. Não sirva de louvor ao Pároco e às bondosas Irmãs, que são os expoentes de tudo isso”.
Se Frei Marcelino pode obter tanto sucesso na Paróquia do Anil, reformando costumes e melhorando consciências, depois de Deus, o mérito é também do zeloso missionário e exímio pregador, Frei Teobaldo de Monticelli, que em tudo coadjuvou Frei Marcelino, não poupando fadigas e sacrifícios.
Em 1947 Frei Hermenegildo Maria assume como Pároco em substituição a Frei Renato de Gana, aos poucos foi conquistando os corações dos fiéis e, em pouco tempo, era conhecidíssimo não só no Anil, mas, em toda a cidade de São Luís. Sua marca registrada, o velho Jeep que usava no atendimento paroquial e o cachorro, seu amigo inseparável, que sempre o acompanhava, correndo atrás do Jeep. Mas, nem bem o novo Pároco assumiu a Paróquia, aos 06 de agosto de 1947, desmorona uma parte da antiga Igreja e a outra fica comprometida. Certamente aos atentos ouvidos de Frei Hermenegildo Maria deve ter ressoado a consigna franciscana, “vai e reconstrói a minha Igreja”.
Aos 14 de setembro de 1949, motivado pelo entusiasmo pastoral do Povo, iniciou a construção da nova Igreja que, hoje, sobressai altaneira e bela, na colina Santa Cruz do Anil. Homem de saúde frágil que volta e meia estava internado nos hospitais, não se acomoda. Embalado pelo fervor dos fiéis, em agosto de 1950 inicia a construção da Torre da Igreja e, em novembro do mesmo ano, a construção do Salão Paroquial. Ainda teve tempo e disposição para inaugurar o Posto Médico e a Escola Paroquial. Foi Pároco do Anil por 16 anos.
Em 1962 Frei Hermenegildo Maria se retira do Anil por uma breve temporada, e toma posse o novo Pároco, Frei Simeão de Levate. Aos 18 de fevereiro de 1968 voltou ao Anil como Cooperador e terminou como Pároco, pela segunda vez para alegria do povo anilense. Frei João Franco Frambi é o seu Cooperador. Em setembro de 1968 começam as Missas todos os domingos nas “Casas Populares” (COHAB). No início se celebrava nas ruas, depois no Grupo Escolar. Em janeiro de 1969 o Pároco iniciou a batalha pelo terreno para a construção da futura Igreja da COHAB. Em 1970 termina o seu segundo Paroquiato no Anil, somando 19 anos de ação missionária na Paróquia. Como reconhecimento por tudo o que fez no Anil, a Prefeitura lhe dedicou uma rua, no Bairro da Aurora / Anil (Frei Macapuna).



Nenhum comentário:

Postar um comentário