CEM ANOS DE PRESENÇA CAPUCHINHA NO ANIL
|
A Centenária “Presença Capuchinha” na benemérita
Paróquia
|
de Nossa Senhora da Conceição do Anil, diz respeito a
todos
|
nós. Aprouve à Divina Providência nos convocar:
Frades, Irmãs
|
e Povo de
Deus, para que
juntos, escrevêssemos essas
|
belíssimas
e gloriosas páginas
dessa História centenária.
|
Elevemos o nosso cântico jubilar de Ação de Graças,
pois, esse
|
CENTENÁRIO de presença Missionária no Anil,
certamente, foi
|
escrito com zelo apostólico, espírito de abnegação,
solicitude
|
pastoral,
generosas
disponibilidades, abertura cultural
e a
|
coragem
missionária para galgar
o cume da
evangelização,
|
isto é, a implantação da Igreja.
|
Permitam-me nesse momento, evocar as primícias da
Missão
|
Capuchinha Lombarda no Brasil: frei Vitor de
Martinengo, frei
|
Samuel de Seregno, Mansueto de Peveranza, frei
Emiliano de
|
Goglione, Paulo de Trescorre, frei Daniel de Clusone.
|
Esses nossos heróis missionários chegaram a Pernambuco
no
|
dia 21/04/1892 e dois meses depois dois desses
“soldados
|
de Cristo” (frei Emiliano e frei Vitor) tombaram no
campo de
|
batalha, vencidos pela malária que naquele tempo não
dava
|
trégua. É o Evangelho ao vivo “se o grão de trigo ao
cair na
|
terra não morrer não poderá dar frutos”. O
centenário da
|
nossa presença missionária no nil é fruto dessas
“sementes”
|
lançadas pelo Senhor na vinha da Missão Lombarda no
Brasil.
|
Morreram dois missionários, chegaram
mais dois, ha exatos
|
120 anos: aos 28 de dezembro de 1892, desembarcaram em
|
Pernambuco, frei Carlos de São Martinho Olearo e frei
Afonso
|
de Castel de Lecco meta era chegar ao “Norte do
Brasil”
|
Convidado pelo Bispo do Maranhão, Dom Antonio Cândido
de
|
Alvarenga, frei Carlos chegou ao Maranhão no início de
agosto
|
de 1893, sozinho, e logo em seguida trouxe de
Pernambuco
|
para o Maranhão, frei Afonso de Castel de Lecco e frei
Paulo
|
de Trescorre, e no início de 1894, chegaram frei
Mansueto de
|
Peveranza, frei Samuel de Seregno e frei Daniel de
Clusone.
|
Estava formada, além
da “Estação Missionária”
no Norte do
|
Brasil, a
Primitiva Fraternidade dos
Capuchinhos Lombardos
|
no
Maranhão, alojada num
primeiro momento, no
lugar
|
chamado “São Francisco da Ilha” Depois passaram
para a
|
Igreja de São João e, em meados de 1894,
estabeleceram-se
|
no Convento do Carmo “Mater e Caput Missionis”
|
A esta pequeníssima grei
de infatigáveis Missionários
|
Capuchinhos já implantados no “Norte do Brasil” se
junta
|
aos 03 de
dezembro de 1894,
um novo contingente
de
|
missionários,
trazendo na bagagem:
juventude, saúde,
|
disposição generosidade e o inalienável desejo de
“salvar as
|
almas”
|
Entre esse novo
contingente de oito
missionários – ainda
|
guardados
no coração de
Deus – estavam dois
Mártires de
|
Alto Alegre – frei Reinaldo de Paulo e frei Zacarias
de Malegno
|
– e o
FUNDADOR das Irmãs
Missionárias Capuchinhas: Frei
|
João Pedro de Sesto São João.
|
Num curto espaço
de tempo, esse
seleto grupo de
|
Missionários
pregou Missões Populares
em quase todo
o
|
Maranhão daquela época: Arari, Vitória do Mearim,
Bacabal,
|
São Bento, Brejo,
Viana, Caxias, Barra
do Corda, Mirador,
|
Pedreiras,
São José dos
Matões, Rosário, Santa
Helena,
|
Penalva,
Guimarães, Monção, Santa
Quitéria, Turiaçu,
|
Cururupu,
Pinheiro, Icatu, Axixá,
Tutóia, Barreirinhas,
|
Itapecuru
Mirim, Vargem Grande,
Canabrava, Coroatá,
|
Chapadinha,
Grajaú, Loreto, Riachão,
São Luís Gonzaga,
|
Cajapió,
Alcântara. No Piauí:
Picos, Oeiras, Amarante,
São
|
Miguel,
Jeromenha, São João
do Piauí, Bom
Jesus do
|
Gurgueia,
São Raimundo Nonato,
Santa Filomena, União,
|
Porto
Alegre, Retiro, Campo
Maior, Batalha, Floriano,
|
Parnaíba.
|
Contexto Sóciopolítico do Anil!
|
No final do século XIX, pelo menos dez fábricas de
tecidos e
|
fiação se instalaram em São Luís, anunciando o
progresso e a
|
mudança da vida
social da região.
A antiga Companhia
de
|
Fiação e Tecidos do Rio Anil, inaugurada em 30 de
junho de
|
1893, mudou o modo de vida do bairro do Anil;
desenvolveu-
|
se
grandemente, passando a
ter uma boa
estrutura social:
|
educandários,
colégios, igrejas, além
de mercado público,
|
onde funcionou mais tarde a superintendência do Anil e
hoje
|
abriga o atual Posto Médico, e várias lojas de
tecidos. Para o
|
lazer,
dois cinemas: o
Rivoli e o
Anil, da rua
do campo do
|
Botafogo, pertencente à fábrica, além do balneário do
Rio Anil
|
e os famosos bailes populares.
|
Dada a importância do bairro na época, a Companhia
Ferro-
|
Carril do Maranhão construiu dez quilômetros de
trilhos até o
|
Anil, por
onde circulariam bondes que mais tarde tornou-se
|
um dos principais
trechos da malha
ferroviária da cidade.
|
Como boa parte das fábricas da época, a Companhia de
Fiação
|
e Tecidos do
Rio Anil não
resistiu aos entraves
e faliu em
|
1961. Portanto, quando os frades e as irmãs chegaram
ao Anil
|
a Companhia de Fiação já existia ha duas décadas,
esbanjando
|
desenvolvimento
e, com isso,
abrindo caminhos com
novos
|
desafios
para a Igreja da época.
Eis o
sentido da expressão:
|
“povo gelado para com as coisas de Deus” constatada
pelos
|
missionários a Igreja “estava ausente” naquele novo
contexto
|
sóciocultural do Anil, mas, eles encontraram uma
saída.
|
Em 1906, frei Estêvão de Sesto São João e frei Josué
de Monza
|
pregaram
Santas Missões Populares
no Anil, encontrando-o
|
“adormecido em um profundo sono” e sentiram-no gelado
|
para as coisas de Deus. Isso se devia ao deplorável
abandono
|
em que o Anil foi deixado por muitos anos. Daí em
diante os
|
frades
dispensaram especial importância
para a assistência
|
pastoral do nil que por muitos anos esteve como
“ovelha
|
sem pastor” Portanto frei Estêvão e
frei Josué foram
os
|
“operários da primeira hora” aqueles que lavraram a
|
vinha
|
mística do Anil
|
, preparando-a para os operários que deveriam
|
plantá-la.
|
FREI JOÃO PEDRO DE
SESTO cheio de zelo
e solicitude pela
|
salvação das almas idealizou um jeito prático para
conquistar
|
o povo do Anil,
nos inícios do
século XX. Pensou abrir uma
|
Casa para as
Irmãs no Anil.
O local da
Casa das Irmãs
foi
|
escolhido pelo Fundador e deu a esta Casa o nome de
“Santa
|
Cruz” pois subindo do Porto na direção da colina sobre
a
|
qual está construído Convento das Irmãs, avistou
uma Cruz,
|
erguida de modo imponente e altaneiro, sinalizando que
ali já
|
tremulava defraldado, o glorioso estandarte de Cristo.
|
4
|
São João
conseguiu um terreno
com uma casa
que,
|
restaurada
e ampliada, ofereceria
abrigo para as
Irmãs. Foi
|
assim que no
dia 06 de março de 1913,
aportaram em São
|
Luís, as fundadoras
do Convento das
Irmãs Missionárias
|
Capuchinhas no Anil: Irmã Inês de Santa Quitéria, Irmã
Rita de
|
Canindé,
Irmã Coleta de
Quixadá e mais
cinco noviças,
|
acompanhadas por frei Daniel Rossini de Samarate.
|
Enquanto terminavam os preparativos para o
funcionamento
|
do
Convento, as Irmãs
foram hospedadas na
casa de uma
|
nobre Franciscana Secular, Dona Francisca Viveiros de
Castro,
|
neta do Barão de São Bento.
|
Frei Daniel de Samarate instalou-se no Anil, aos 31 de
março
|
de 1913, para preparar a chegada das Irmãs e, ali
permaneceu
|
durante um ano, como Pastor da grei anilense e pai
espiritual
|
das Irmãs Missionárias Capuchinhas.
|
No dia 02 de abril de 1913, entre a exultação popular
e grande
|
manifestação das famílias do Anil, as Irmãs tomaram
posse do
|
Convento e do Colégio Santa Cruz, apontando para uma
nova
|
etapa na conquista
de almas e
de corações naquela
grei
|
abandonada. Instalava-se no Anil, a primeira
Fraternidade das
|
Irmãs Missionárias Capuchinhas, entre as quais,
distingue-se,
|
Irmã Coleta Maria de Quixadá que recebeu o Hábito
Religioso
|
das mãos do Fundador e
que muitos de nós a conhecemos.
|
Jovem Religiosa, exímia educadora, talentosa
organista, zelosa
|
missionária,
Irmã Coleta terminou
seus dias no
benemérito
|
Convento Santa Cruz, na invejável idade de 106 anos.
No dia
|
24/08/1913, outro grupo de Irmãs vindas do Pará,
instalou-se
|
no Orfanato Santa Luzia.
|
No dia 11 de maio de 1913, o Bispo, Dom Francisco de
Paula e
|
Silva, celebrou pela primeira vez, na igrejinha
construída em
|
1906, depois das Santas Missões pregadas por frei
Estêvão e
|
frei
Josué. Na ocasião o
Bispo benzeu a
igrejinha, louvou e
|
apoiou todos os esforços feitos por aquela obra
recentemente
|
iniciada. A Escola Santa Cruz iniciou com 80 alunos.
As vizinhas
|
fábricas de tecidos onde trabalhavam mais de 400
operários,
|
homens e mulheres,
eram administradas por
homens que
|
passaram ao Protestantismo e
sob a bandeira
de Lutero se
|
empenhavam em recrutar fiéis no meio da frágil fibra cristã
|
dos operários.
|
“Mas as Irmãs da Escola Santa Cruz se lançaram na luta
com
|
todas as energias,
e com a
coragem digna das
primeiras
|
heroínas
do cristianismo; disputaram
uma a uma
aquelas
|
almas, reconduzindo-as pacientemente ao redil de
Cristo; elas
|
reconquistaram palmo
a palmo o terreno perdido e, depois,
|
com
exceção de uma
minoria protestante, todas
aquelas
|
famílias retomaram o bom caminho. Além da educação
formal
|
da juventude nas Escolas, Santa Cruz e Orfanato Santa
Luzia, a
|
obra catequética das Irmãs chegava até São José de
Ribamar,
|
onde
instruíam e preparavam
as crianças para
a Primeira
|
Comunhão,
tirando-as da ignorância
religiosa” (Manuscritos
|
de fr. Marcelino de Milão, p. 43).
|
A presença dos frades no Anil!
|
Frei
Daniel de Samarate
ficou no Anil
pouco mais um
ano
|
(31/03/1913 – 27/04/1914); já frei Germano permaneceu
um
|
triênio
(1913/1915), dando o
melhor de suas
energias na
|
assistência pastoral ao Povo de Deus. Dessa data até a
ereção
|
do Curato (1919), o cuidado pastoral do Anil esteve
orientado
|
a partir do Convento do Carmo, isto é, os frades se
revezavam
|
no atendimento pastoral. Na metade de outubro de 1918,
no
|
Anil
realizou-se outro curso
de Santas Missões, coordenada
|
por frei Marcelino de Milão, preparando o povo para a
criação
|
da nova Paróquia e, ao mesmo tempo, fazer frente ao
avanço
|
do
protestantismo e do
espiritismo naquele rincão
insular.
|
Qualificada
como
|
“a grande Missão do nil”
|
, os jornais
|
veicularam a notícia de que o êxito foi completo.
|
Como resposta às Missões Populares, aos 13 de novembro
de
|
1918, foi criada
a Conferência de
São Vicente de
Paula,
|
reunindo trinta sócios e sessenta auxiliares para
socorrer as
|
famílias
pobres necessitadas. A
cerimônia foi presidida
por
|
frei Marcelino, estando presentes, frei Estêvão e
o Lazarista
|
Padre Pedro Sarnell.
|
A obra de Frei Marcelino!
|
Aos
11/01/1919, Monsenhor João
Chaves apresentou frei
|
Marcelino de
Milão ao povo como Pároco; leu o decreto de
|
nomeação do mesmo e recebeu o seu juramento.
|
Frei Marcelino dirigiu aos fiéis a sua saudação e
apresentou o
|
seu projeto pastoral. No dia 26/01/1919, na Escola
Santa Cruz,
|
foi instalada a Pia Associação das Mães Cristãs; a
finalidade da
|
mesma era infundir
no seio das
famílias católicas valores
|
verdadeiramente
cristãos. Essas
|
mães cristãs
|
se reuniam na
|
Escola Santa Cruz sob a guia das Missionárias
Capuchinhas. O
|
Apostolado da Oração também recebeu especial atenção:
dos
|
29
zeladores que existiam,
em poucos meses
aumentaram
|
para 620. A
Escola Catequética também
recebeu um novo
|
sopro de vida:
495 crianças. Esta obra
era a que
mais fazia
|
pulsar o coração do Pároco. Para atrair a rapaziada
organizou
|
um campo de
futebol. As visitas
às famílias foram
outros
|
meios da solicitude pastoral de frei Marcelino.
|
Ilustres visitas!
|
Um ano mais tarde, 09 de fevereiro de 1920, o Povo do
Anil
|
recebeu
festivamente
|
Dom
Helvécio Gomes de
Oliveira
|
que
|
veio para administrar
a Crisma. As
numerosas comunhões
|
chamaram a atenção do Pastor e, ao presidir a
Conferência de
|
São Vicente de Paulo, ficou mui impressionado com o
espírito
|
de piedade e devoção daqueles associados. Porém,
grande foi
|
a sua alegria
ao constatar a
frequência das crianças
ao
|
Catecismo Tudo isso lhe fez declarar que “estava com a
alma
|
repleta de felicidade
por constatar tanta
piedade e ação
|
católica na Paróquia do nil”
|
No dia 21 de abril do mesmo ano, também o Governador
do
|
Estado, Urbano Santos da Costa Araújo, foi ao Anil
para visitar
|
a Escola Santa
Cruz e as
Instituições paroquias. Partindo,
|
deixou escrito “Tenho a grata satisfação de afirmar
que o
|
Anil, não é
só um centro
florescente de catolicismo, mas
|
também, um dos
bairros onde a
educação e a
instrução se
|
distinguem
e refulgem quais
luzes brilhantes. Não
sirva de
|
louvor ao Pároco e às bondosas Irmãs, que são os
expoentes
|
de tudo isso”
|
Se frei
Marcelino pode obter
tanto sucesso na
Paróquia do
|
Anil,
reformando costumes e
melhorando consciências,
|
depois de Deus, o mérito é também do zeloso
missionário e
|
exímio
pregador,
|
frei
Teobaldo de Monticelli
|
, que em
tudo
|
coadjuvou frei Marcelino, não poupando fadigas e
sacrifícios.
|
A ação deste
frade da palavra
fácil, que tanto
bem fez
|
mediante
suas ininterruptas excursões,
atravessou o
|
Maranhão e o
Piauí, se lançou
de cheio no
árduo trabalho
|
pastoral
do Anil, quando
o Pároco saía
para acompanhar o
|
Bispo nas visitas pastorais.
|
Sucessores de frei Marcelino!
|
Ao frei
Marcelino que concluiu o seu ministério pastoral no
|
Anil, em fevereiro
de 1920, sucederam-no duas
almas
|
missionárias:
|
frei
Ricardo de Dovera
e frei Josué
de Monza,
|
infundindo na população anilense, a face luminosa da
fé. Frei
|
Ricardo e frei
Josué pastorearam a
grei do Anil,
de 1920 a
|
1923. Em dezembro
de 1927 houve
outra “grande missão
|
popular” no nil pregada por frei Eugênio de Moreta e
frei
|
Bernardino de Mornico.
Em 1930, assume o Curato o jovem
|
frei Elígio de Désio
|
, distinguindo-se pela pontualidade e pelo
|
zelo com que realizava as funções litúrgicas.
|
DESTAQUE PARA:
|
Frei Estêvão de Sesto São João:
|
Antes da chegada de Frei Daniel foi ele quem garantiu
a cura
|
pastoral
do Anil, depois
das Santas Missões
Populares
|
pregadas por
ele em 1906. Mensalmente vinha da Igreja do
|
Carmo ao Anil, embarcado, para aquecer com pão da
Palavra
|
e da Eucaristia o coração daquele povo “gelado para
com as
|
coisas de Deus” De fato os corações dos discípulos de
Emaús
|
se aquecem com
a Palavra e a acolhem no partir do Pão.
A
|
atitude de frei
Estêvão juntamente com
o grupo dos
|
missionários
está em perfeita
sintonia com a
exortação do
|
Papa Francisco “Sacerdotes saiam de si e vão ao
encontro
|
dos outros” o frei Estêvão se deve a reestruturação e
parte
|
da
construção do centenário
Convento das Irmãs,
ao lado
|
direito da Igreja; o silêncio claustral do Convento
Santa Cruz
|
do Anil guarda a memória histórica de um homem que
amou
|
as vocações autóctones. A presença ininterrupta dos
frades e
|
das Irmãs no Anil é fruto do seu labor vocacional.
|
Frei Daniel de Samarate:
|
Não foi o
primeiro Pároco, mas
o primeiro Capuchinho
a
|
residir no Anil. Foi ele quem garantiu o atendimento
pastoral
|
do Anil nos momentos mais desafiadores daquela missão: a
|
invasão do protestantismo nas famílias católicas; a
indiferença
|
para com a religião; a chegada de um novo modo
cultural e
|
social das pessoas; o
abandono da Igreja. Mas, frei
Daniel,
|
hoje “Servo de Deus” durante sua curta permanência no
nil
|
percebeu
que Deus havia
reservado para si
um íngreme
|
calvário:
a hanseníase, incurável
e preconceituosa naquele
|
então. A enfermidade o obrigou a deixar o Anil, no dia
27 de
|
abril de 1914, para
entrar definitivamente no
leprosário do
|
Tucunduba, em Belém do Pará, até a sua morte ocorrida
dez
|
anos mais tarde, aos 48 anos de idade. Foi biografado
como o
|
“gigante do Prata” para enaltecer o seu heroico
trabalho na
|
Colônia Indígena de Santo Antonio do Prata, no Pará.
Morreu
|
com fama de
santidade e, aos
30/08/1997, em Belém,
foi
|
encerrado o Processo Diocesano para a Causa de
Beatificação
|
de frei Daniel.
|
Frei Germano de Cedrate:
|
Outro “gigante” da missão Lombarda no Norte do Brasil. No
|
Anil frei Germano
não construiu –
embora mais tarde
se
|
revelasse um grande construtor – mas apenas cuidou
daquela
|
“vinha” lavrada e plantada pelos seus predecessores.
Exímio
|
pastor cuidou da “Igreja Povo de Deus”
antecipando-se ao
|
Concílio Vaticano II.
|
No Anil trabalhou somente três anos e meio, mas, o
suficiente
|
para conquistar almas para Deus. Dalí a obediência o
conduziu
|
a lugares diferentes, com missão específica. Ele que
não era
|
engenheiro,
construiu o Convento
de Fortaleza, reformou
a
|
Igreja do Carmo em São Luís, a Igreja Matriz de
Messejana no
|
Ceará e Grajaú no Maranhão, construiu a atual Igreja
de São
|
Benedito em Pedreiras, em estilo gótico uma torre de
22 2 m
|
de altura adornada
com um belíssimo
carrilhão de sinos.
A
|
esse
monumento de Pedreiras,
acrescenta-se o majestoso
|
Santuário de Francisco de Assis em Belém, ultimado por
ele;
|
nesse Templo o último “reparado” pelo frade que “não
era
|
engenheiro
e nem mestre
de obras” vale comtemplar a
|
simplicidade do atraente mosaico do piso que dá à
igreja um
|
particular de admiração e recolhimento franciscano.
|
Irmã Coleta Maria de Quixadá:
|
Irmã Coleta Maria nasceu aos 07/04/1892 em Quixadá,
Estado
|
do Ceará, filha de uma família de nove irmãos,
residentes em
|
Belém do Pará.
Ingressou na Congregação
das Missionárias
|
Capuchinhas,
no ano de 1909,
quando ainda tinha 16 anos.
|
Seu pai foi levá-la na Casa Matriz de Santo Antonio do
Prata,
|
onde, no dia 16/05/1909, recebeu o hábito religioso
das mãos
|
do
Fundador, Frei João
Pedro de Sesto,
iniciando assim, o
|
santo
Noviciado; emitiu seus
Votos Religiosos no
dia
|
04/10/1910.
Concluída a sua
formação inicial, Irmã
Coleta
|
integrou o primeiro grupo de Irmãs que chegou ao Anil,
no dia
|
02/04/1913 e, no mesmo ano, aos 08/12/1913, na Igreja
do
|
Anil, fez a sua Profissão Perpétua como Religiosa
Missionária
|
Capuchinha. Na Escola Santa Cruz foi professora de
letras e de
|
trabalhos
manuais; na igreja
matriz, por muitos
anos, foi
|
organista e catequista. Acompanhou a Congregação
Mariana
|
desde a sua
fundação e os
Congregados chamavam-na de
|
“congregada mariana” Sua vida missionária foi quase
sempre
|
no Anil; dali
ausentou-se apenas cinco
anos, quando
|
trabalhou em Guaramiranga e Fortaleza. Eram marcantes
seus
|
dons
excepcionais de saúde,
energia, lucidez, personalidade
|
forte, bom senso, simplicidade e amor ao trabalho.
|
Centenária, gostava de conversar e dava sonoras
gargalhadas.
|
Às 17:20 h do dia
24/02/1998, rodeada por
suas Irmãs e
|
assistida por frei Pestana Júnior, Pároco do Anil,
Irmã Coleta
|
foi
colhida pela morte corporal
na invejável idade dos seus
|
106 anos, dos
quais, 88 de
Vida Religiosa e
80 vividos
|
exclusivamente no Anil.
|
Frei Hermenegildo de Morengo:
|
Chegou ao Anil no ano de 1946 na
|
qualidade
de Desobrigante, ou
|
seja, o Padre
que celebrava nas
|
Comunidades
rurais; isso revela
a
|
imensidão
do território paroquial
|
do Anil, na
época. Eis algumas
|
Capelas
atendidas pela então
|
Paróquia
do Anil: Santa
Bárbara,
|
Tibiri,
Maracanã, Vila Maranhão,
|
Quebra
Pote, Calhau, Tupinambá,
|
São
Francisco, Estiva, Santa
Rosa,
|
Anandiba, Forquilha, Ilha Pequena,
|
Calhau, Turu, Maioba, Tirirical.
|
Em 1947 frei
Hermenegildo assume como
Pároco em
|
substituição
a frei Renato
de Gana. Frei
Gildo, como lhe
|
chamava
carinhosamente o Povo
do Anil, aos
poucos foi
|
conquistando os
corações dos fiéis e, em pouco
tempo, era
|
conhecidíssimo não só no Anil, mas, em toda a cidade
de São
|
Luís. Sua marca
registrada, o velho
Jeep que usava
no
|
atendimento
paroquial e o cachorro, seu
amigo inseparável,
|
que sempre o acompanhava, correndo atrás do Jeep.
|
Mas, nem bem
o novo Pároco
assumiu a Paróquia,
aos
|
06/08/1947, desmorona uma parte da antiga Igreja e a
outra
|
fica comprometida.
Certamente aos atentos ouvidos
de frei
|
Hermenegildo deve ter ressoado a consigna franciscana,
“vai e
|
reconstrói a minha Igreja”
|
Aos 14/09/1949, motivado pelo entusiasmo pastoral do
Povo,
|
iniciou a construção
da nova Igreja
que, hoje, sobressai
|
altaneira
e bela, na
colina Santa Cruz
do Anil. Enquanto
|
constrói o Templo,
edifica a Igreja
do Senhor e,
assim, no
|
mesmo ano de 1949,
funda a Liga Católica do
Anil com 300
|
homens.
|
Homem de saúde frágil que volta e meia estava
internado nos
|
hospitais, não se acomoda. Embalado pelo fervor dos
fiéis, em
|
agosto de 1950 inicia a construção da Torre da Igreja e, em
|
novembro do
mesmo ano, a construção
do Salão Paroquial.
|
Ainda teve tempo e disposição para inaugurar o Posto
Médico
|
e a Escola Paroquial. Foi Pároco do Anil por 16 anos.
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Em 1962
frei Hermenegildo se retira do Anil por uma breve
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temporada,
e toma posse
o novo Pároco,
frei Simeão de
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Levate.
Aos 18/02/1968 voltou
ao Anil como
Cooperador e
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terminou
como Pároco, pela
segunda vez. Frei
Ubaldo de
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Ghizalba que tinha sido nomeado para o ofício foi
removido
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para Dom Pedro/MA, e
frei Hermenegildo, para
alegria do
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povo anilense, foi empossado como Pároco. Frei João
Franco
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Frambi é o seu Cooperador.
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Em setembro de 1968 começam as Missas todos os
domingos
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nas “Casas Populares” (COH B) No início se celebrava
nas
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ruas, depois no Grupo Escolar. Em janeiro de 1969 o Pároco
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iniciou a batalha
pelo terreno para
a construção da
futura
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Igreja da
COHAB. O terreno foi cedido, mas não doado.
Em
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setembro
desse mesmo ano
inicia a campanha
para a
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construção da Igreja, e frei Hermenegildo foi à
Televisão para
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lançá-la a longo alcance. Em outubro iniciou a
construção da
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Igreja de Nossa
Senhora do Perpétuo
Socorro. Em 1970
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termina o seu segundo Paroquiato no Anil, somando 19
anos
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de ação missionária
na Paróquia. Como reconhecimento por
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tudo o que fez no Anil, a Prefeitura lhe dedicou uma
rua, no
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Bairro da Aurora/Anil
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(Frei Macapuna)
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