Que a Imaculada Conceição te abençoe pela visita, hoje é

quarta-feira, 3 de julho de 2013

I CENTENÁRIO DA PRESENÇA DOS CAPUCHINHOS NO ANIL

CEM ANOS DE PRESENÇA CAPUCHINHA NO ANIL
A Centenária “Presença Capuchinha” na benemérita Paróquia
de Nossa Senhora da Conceição do Anil, diz respeito a todos
nós. Aprouve à Divina Providência nos convocar: Frades, Irmãs
e  Povo  de  Deus,  para  que  juntos,  escrevêssemos  essas
belíssimas  e  gloriosas  páginas  dessa  História  centenária.
Elevemos o nosso cântico jubilar de Ação de Graças, pois, esse
CENTENÁRIO de presença Missionária no Anil, certamente, foi
escrito com zelo apostólico, espírito de abnegação, solicitude
pastoral,  generosas  disponibilidades,  abertura  cultural  e  a
coragem  missionária  para  galgar  o  cume  da  evangelização,
isto é, a implantação da Igreja.
Permitam-me nesse momento, evocar as primícias da Missão
Capuchinha Lombarda no Brasil: frei Vitor de Martinengo, frei
Samuel de Seregno, Mansueto de Peveranza, frei Emiliano de
Goglione, Paulo de Trescorre, frei Daniel de Clusone.


Esses nossos heróis missionários chegaram a Pernambuco no
dia 21/04/1892 e dois meses depois dois desses “soldados
de Cristo” (frei Emiliano e frei Vitor) tombaram no campo de
batalha, vencidos pela malária que naquele tempo não dava
trégua. É o Evangelho ao vivo “se o grão de trigo ao cair na
terra não morrer não poderá dar frutos”.  O  centenário  da
nossa presença missionária no nil é fruto dessas “sementes”
lançadas pelo Senhor na vinha da Missão Lombarda no Brasil.
Morreram dois missionários,  chegaram  mais  dois, ha  exatos
120 anos: aos 28 de dezembro de 1892, desembarcaram em
Pernambuco, frei Carlos de São Martinho Olearo e frei Afonso
de Castel de Lecco meta era chegar ao “Norte do Brasil”
Convidado pelo Bispo do Maranhão, Dom Antonio Cândido de
Alvarenga, frei Carlos chegou ao Maranhão no início de agosto
de 1893, sozinho, e logo em seguida trouxe de Pernambuco
para o Maranhão, frei Afonso de Castel de Lecco e frei Paulo
de Trescorre, e no início de 1894, chegaram frei Mansueto de
Peveranza, frei Samuel de Seregno e frei Daniel de Clusone.
Estava formada, além  da “Estação  Missionária” no  Norte do
Brasil, a  Primitiva Fraternidade dos  Capuchinhos  Lombardos
no  Maranhão,  alojada  num  primeiro  momento,  no  lugar
chamado “São Francisco da Ilha” Depois  passaram  para  a
Igreja de São João e, em meados de 1894, estabeleceram-se
no Convento do Carmo “Mater e Caput Missionis”
A  esta  pequeníssima  grei  de  infatigáveis  Missionários
Capuchinhos já implantados no “Norte do Brasil” se junta
aos  03  de  dezembro  de  1894,  um  novo  contingente  de
missionários,  trazendo  na  bagagem:  juventude,  saúde,
disposição generosidade e o inalienável desejo de “salvar as
almas”



Entre  esse  novo  contingente  de  oito  missionários  –  ainda
guardados  no  coração  de  Deus –  estavam  dois  Mártires  de
Alto Alegre – frei Reinaldo de Paulo e frei Zacarias de Malegno
–  e  o  FUNDADOR  das  Irmãs  Missionárias  Capuchinhas:  Frei
João Pedro de Sesto São João.
Num  curto  espaço  de  tempo,  esse  seleto  grupo  de
Missionários  pregou  Missões  Populares  em  quase  todo  o
Maranhão daquela época: Arari, Vitória do Mearim, Bacabal,
São  Bento,  Brejo,  Viana,  Caxias,  Barra  do  Corda,  Mirador,
Pedreiras,  São  José  dos  Matões,  Rosário,  Santa  Helena,
Penalva,  Guimarães,  Monção,  Santa  Quitéria,  Turiaçu,
Cururupu,  Pinheiro,  Icatu,  Axixá,  Tutóia,  Barreirinhas,
Itapecuru  Mirim,  Vargem  Grande,  Canabrava,  Coroatá,
Chapadinha,  Grajaú,  Loreto,  Riachão,  São  Luís  Gonzaga,
Cajapió,  Alcântara.  No  Piauí:  Picos,  Oeiras,  Amarante,  São
Miguel,  Jeromenha,  São  João  do  Piauí,  Bom  Jesus  do
Gurgueia,  São  Raimundo  Nonato,  Santa  Filomena,  União,
Porto  Alegre,  Retiro,  Campo  Maior,  Batalha,  Floriano,
Parnaíba.
Contexto Sóciopolítico do Anil!
No final do século XIX, pelo menos dez fábricas de tecidos e
fiação se instalaram em São Luís, anunciando o progresso e a
mudança  da  vida  social  da  região.  A  antiga  Companhia  de
Fiação e Tecidos do Rio Anil, inaugurada em 30 de junho de
1893, mudou o modo de vida do bairro do Anil; desenvolveu-
se  grandemente,  passando  a  ter  uma  boa  estrutura  social:
educandários,  colégios,  igrejas,  além  de  mercado  público,
onde funcionou mais tarde a superintendência do Anil e hoje
abriga o atual Posto Médico, e várias lojas de tecidos. Para o
lazer,  dois  cinemas:  o  Rivoli  e  o  Anil,  da  rua  do  campo  do
Botafogo, pertencente à fábrica, além do balneário do Rio Anil
e os famosos bailes populares.



Dada a importância do bairro na época, a Companhia Ferro-
Carril do Maranhão construiu dez quilômetros de trilhos até o
Anil,  por onde  circulariam  bondes que mais tarde tornou-se
um  dos  principais  trechos  da  malha  ferroviária  da  cidade.
Como boa parte das fábricas da época, a Companhia de Fiação
e  Tecidos  do  Rio  Anil  não  resistiu  aos  entraves  e  faliu  em
1961. Portanto, quando os frades e as irmãs chegaram ao Anil
a Companhia de Fiação já existia ha duas décadas, esbanjando
desenvolvimento  e,  com  isso,  abrindo  caminhos  com  novos
desafios  para  a Igreja da época. Eis  o  sentido  da  expressão:
“povo gelado para com as coisas de Deus” constatada pelos
missionários a Igreja “estava ausente” naquele novo contexto
sóciocultural do Anil, mas, eles encontraram uma saída.
Em 1906, frei Estêvão de Sesto São João e frei Josué de Monza
pregaram  Santas  Missões  Populares  no  Anil,  encontrando-o
“adormecido em um profundo sono” e sentiram-no  gelado
para as coisas de Deus. Isso se devia ao deplorável abandono
em que o Anil foi deixado por muitos anos. Daí em diante os
frades  dispensaram  especial  importância  para  a  assistência
pastoral do nil que por muitos anos esteve como “ovelha
sem pastor” Portanto frei Estêvão  e  frei  Josué  foram  os
“operários da primeira hora” aqueles que lavraram  a
vinha
mística do Anil
, preparando-a para os operários que deveriam
plantá-la.
FREI  JOÃO  PEDRO DE  SESTO  cheio  de zelo  e  solicitude  pela
salvação das almas idealizou um jeito prático para conquistar
o  povo do Anil, nos  inícios  do  século  XX. Pensou abrir  uma
Casa  para  as  Irmãs  no  Anil.  O  local  da  Casa  das  Irmãs  foi
escolhido pelo Fundador e deu a esta Casa o nome de “Santa
Cruz” pois subindo do Porto na direção da colina sobre a
qual  está  construído Convento das Irmãs, avistou uma  Cruz,
erguida de modo imponente e altaneiro, sinalizando que ali já
tremulava defraldado, o glorioso estandarte de Cristo.
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São  João  conseguiu  um  terreno  com  uma  casa  que,
restaurada  e  ampliada,  ofereceria  abrigo  para  as  Irmãs.  Foi
assim  que  no  dia 06 de  março  de 1913,  aportaram em  São
Luís,  as  fundadoras  do  Convento  das  Irmãs  Missionárias
Capuchinhas no Anil: Irmã Inês de Santa Quitéria, Irmã Rita de
Canindé,  Irmã  Coleta  de  Quixadá  e  mais  cinco  noviças,
acompanhadas por frei Daniel Rossini de Samarate.
Enquanto terminavam os preparativos para o funcionamento
do  Convento,  as  Irmãs  foram  hospedadas  na  casa  de  uma
nobre Franciscana Secular, Dona Francisca Viveiros de Castro,
neta do Barão de São Bento.


Frei Daniel de Samarate instalou-se no Anil, aos 31 de março
de 1913, para preparar a chegada das Irmãs e, ali permaneceu
durante um ano, como Pastor da grei anilense e pai espiritual
das Irmãs Missionárias Capuchinhas.
No dia 02 de abril de 1913, entre a exultação popular e grande
manifestação das famílias do Anil, as Irmãs tomaram posse do
Convento e do Colégio Santa Cruz, apontando para uma nova
etapa  na  conquista  de  almas  e  de  corações  naquela  grei
abandonada. Instalava-se no Anil, a primeira Fraternidade das
Irmãs Missionárias Capuchinhas, entre as quais, distingue-se,
Irmã Coleta Maria de Quixadá que recebeu o Hábito Religioso
das mãos do Fundador e  que muitos de nós  a conhecemos.
Jovem Religiosa, exímia educadora, talentosa organista, zelosa
missionária,  Irmã  Coleta  terminou  seus  dias  no  benemérito
Convento Santa Cruz, na invejável idade de 106 anos. No dia
24/08/1913, outro grupo de Irmãs vindas do Pará, instalou-se
no Orfanato Santa Luzia.
No dia 11 de maio de 1913, o Bispo, Dom Francisco de Paula e
Silva, celebrou pela primeira vez, na igrejinha construída em
1906, depois das Santas Missões pregadas por frei Estêvão e
frei  Josué.  Na  ocasião o  Bispo  benzeu  a  igrejinha,  louvou  e
apoiou todos os esforços feitos por aquela obra recentemente
iniciada. A Escola Santa Cruz iniciou com 80 alunos. As vizinhas
fábricas de tecidos onde trabalhavam mais de 400 operários,
homens  e  mulheres,  eram  administradas  por  homens  que
passaram  ao  Protestantismo  e  sob  a  bandeira  de  Lutero  se
empenhavam em recrutar fiéis  no meio da frágil fibra cristã
dos operários.
“Mas as Irmãs da Escola Santa Cruz se lançaram na luta com
todas  as  energias,  e  com  a  coragem  digna  das  primeiras
heroínas  do  cristianismo;  disputaram  uma  a  uma  aquelas
almas, reconduzindo-as pacientemente ao redil de Cristo; elas
reconquistaram palmo  a palmo o terreno perdido e, depois,


com  exceção  de  uma  minoria  protestante,  todas  aquelas
famílias retomaram o bom caminho. Além da educação formal
da juventude nas Escolas, Santa Cruz e Orfanato Santa Luzia, a
obra catequética das Irmãs chegava até São José de Ribamar,
onde  instruíam  e  preparavam  as  crianças  para  a  Primeira
Comunhão,  tirando-as  da  ignorância  religiosa” (Manuscritos
de fr. Marcelino de Milão, p. 43).
A presença dos frades no Anil!
Frei  Daniel  de  Samarate  ficou  no  Anil  pouco  mais  um  ano
(31/03/1913 – 27/04/1914); já frei Germano permaneceu um
triênio  (1913/1915),  dando  o  melhor  de  suas  energias  na
assistência pastoral ao Povo de Deus. Dessa data até a ereção
do Curato (1919), o cuidado pastoral do Anil esteve orientado
a partir do Convento do Carmo, isto é, os frades se revezavam
no atendimento pastoral. Na metade de outubro de 1918, no
Anil  realizou-se  outro  curso  de  Santas Missões,  coordenada
por frei Marcelino de Milão, preparando o povo para a criação
da nova Paróquia e, ao mesmo tempo, fazer frente ao avanço
do  protestantismo  e  do  espiritismo  naquele  rincão  insular.
Qualificada  como
“a grande Missão do nil”
,  os  jornais
veicularam a notícia de que o êxito foi completo.
Como resposta às Missões Populares, aos 13 de novembro de
1918,  foi  criada  a  Conferência  de  São  Vicente  de  Paula,
reunindo trinta sócios e sessenta auxiliares  para  socorrer as
famílias  pobres  necessitadas.  A  cerimônia  foi  presidida  por
frei Marcelino, estando presentes, frei  Estêvão e  o  Lazarista
Padre Pedro Sarnell.
A obra de Frei Marcelino!
Aos  11/01/1919,  Monsenhor  João  Chaves  apresentou  frei
Marcelino  de Milão ao povo como Pároco; leu o decreto de
nomeação do mesmo e recebeu o seu juramento.


Frei Marcelino dirigiu aos fiéis a sua saudação e apresentou o
seu projeto pastoral. No dia 26/01/1919, na Escola Santa Cruz,
foi instalada a Pia Associação das Mães Cristãs; a finalidade da
mesma  era  infundir  no  seio  das  famílias  católicas  valores
verdadeiramente  cristãos. Essas
mães cristãs
se  reuniam  na
Escola Santa Cruz sob a guia das Missionárias Capuchinhas. O
Apostolado da Oração também recebeu especial atenção: dos
29  zeladores  que  existiam,  em  poucos  meses  aumentaram
para  620.  A  Escola  Catequética  também  recebeu  um  novo
sopro  de  vida:  495 crianças.  Esta  obra  era  a  que  mais  fazia
pulsar o coração do Pároco. Para atrair a rapaziada organizou
um  campo  de  futebol.    As  visitas  às  famílias  foram  outros
meios da solicitude pastoral de frei Marcelino.
Ilustres visitas!
Um ano mais tarde, 09 de fevereiro de 1920, o Povo do Anil
recebeu  festivamente
Dom  Helvécio  Gomes  de  Oliveira
que
veio  para  administrar  a  Crisma.  As  numerosas  comunhões
chamaram a atenção do Pastor e, ao presidir a Conferência de
São Vicente de Paulo, ficou mui impressionado com o espírito
de piedade e devoção daqueles associados. Porém, grande foi
a  sua  alegria  ao  constatar  a  frequência  das  crianças  ao
Catecismo Tudo isso lhe fez declarar que “estava com a alma
repleta  de  felicidade  por  constatar  tanta  piedade  e  ação
católica na Paróquia do nil”
No dia 21 de abril do mesmo ano, também o Governador do
Estado, Urbano Santos da Costa Araújo, foi ao Anil para visitar
a  Escola  Santa  Cruz  e  as  Instituições  paroquias.  Partindo,
deixou escrito “Tenho a grata satisfação de afirmar que o
Anil,  não  é  só  um  centro  florescente  de  catolicismo,  mas
também,  um  dos  bairros  onde  a  educação  e  a  instrução  se
distinguem  e  refulgem  quais  luzes  brilhantes.  Não  sirva  de
louvor ao Pároco e às bondosas Irmãs, que são os expoentes
de tudo isso”


Se  frei Marcelino  pode  obter  tanto  sucesso  na  Paróquia  do
Anil,  reformando  costumes  e  melhorando  consciências,
depois de Deus, o mérito é também do zeloso missionário e
exímio  pregador,
frei  Teobaldo  de  Monticelli
,  que  em  tudo
coadjuvou frei Marcelino, não poupando fadigas e sacrifícios.
A  ação  deste  frade  da  palavra  fácil,  que  tanto  bem  fez
mediante  suas  ininterruptas  excursões,  atravessou  o
Maranhão  e  o  Piauí,  se  lançou  de  cheio  no  árduo  trabalho
pastoral  do  Anil,  quando  o  Pároco  saía  para  acompanhar  o
Bispo nas visitas pastorais.
Sucessores de frei Marcelino!
Ao frei  Marcelino que concluiu o seu ministério  pastoral no
Anil,  em  fevereiro  de  1920,  sucederam-no  duas  almas
missionárias:
frei  Ricardo  de  Dovera  e  frei  Josué  de  Monza,
infundindo na população anilense, a face luminosa da fé. Frei
Ricardo  e  frei  Josué  pastorearam  a  grei  do  Anil,  de  1920  a
1923.  Em  dezembro  de  1927  houve  outra “grande missão
popular” no nil pregada por frei Eugênio de Moreta e frei
Bernardino de Mornico.  Em 1930, assume o Curato o jovem
frei Elígio de Désio
, distinguindo-se pela pontualidade e pelo
zelo com que realizava as funções litúrgicas.
DESTAQUE PARA:
Frei Estêvão de Sesto São João:
Antes da chegada de Frei Daniel foi ele quem garantiu a cura
pastoral  do  Anil,  depois  das  Santas  Missões  Populares
pregadas por  ele  em  1906. Mensalmente vinha da Igreja  do
Carmo ao Anil, embarcado, para aquecer com pão da Palavra
e da Eucaristia o coração daquele povo “gelado para com as
coisas de Deus” De fato os corações dos discípulos de Emaús
se aquecem  com a Palavra e  a  acolhem no partir do  Pão.  A
atitude  de  frei  Estêvão  juntamente  com  o  grupo  dos
missionários  está  em  perfeita  sintonia  com  a  exortação  do
 

Papa Francisco “Sacerdotes saiam de si e vão ao encontro
dos outros” o frei Estêvão se deve a reestruturação e parte
da  construção  do  centenário  Convento  das  Irmãs,  ao  lado
direito da Igreja; o silêncio claustral do Convento Santa Cruz
do Anil guarda a memória histórica de um homem que amou
as vocações autóctones. A presença ininterrupta dos frades e
das Irmãs no Anil é fruto do seu labor vocacional.
Frei Daniel de Samarate:
Não  foi  o  primeiro  Pároco,  mas  o  primeiro  Capuchinho  a
residir no Anil. Foi ele quem garantiu o atendimento pastoral
do  Anil  nos momentos mais desafiadores daquela  missão: a
invasão do protestantismo nas famílias católicas; a indiferença
para com a religião; a chegada de um novo modo cultural e
social das pessoas; o  abandono  da Igreja.   Mas, frei  Daniel,
hoje “Servo de Deus” durante sua curta permanência no nil
percebeu  que  Deus  havia  reservado  para  si  um  íngreme
calvário:  a  hanseníase,  incurável  e  preconceituosa  naquele
então. A enfermidade o obrigou a deixar o Anil, no dia 27 de
abril  de  1914, para  entrar  definitivamente  no  leprosário  do
Tucunduba, em Belém do Pará, até a sua morte ocorrida dez
anos mais tarde, aos 48 anos de idade. Foi biografado como o
“gigante do Prata” para enaltecer o seu heroico trabalho na
Colônia Indígena de Santo Antonio do Prata, no Pará. Morreu
com  fama  de  santidade  e,  aos  30/08/1997,  em  Belém,  foi
encerrado o Processo Diocesano para a Causa de Beatificação
de frei Daniel.
Frei Germano de Cedrate:
Outro “gigante” da missão Lombarda  no Norte do Brasil. No
Anil  frei  Germano  não  construiu  –  embora  mais  tarde  se
revelasse um grande construtor – mas apenas cuidou daquela
“vinha” lavrada e plantada pelos seus predecessores. Exímio
pastor cuidou da “Igreja Povo de Deus” antecipando-se  ao
Concílio Vaticano II.


No Anil trabalhou somente três anos e meio, mas, o suficiente
para conquistar almas para Deus. Dalí a obediência o conduziu
a lugares diferentes, com missão específica. Ele que não era
engenheiro,  construiu  o  Convento  de  Fortaleza,  reformou  a
Igreja do Carmo em São Luís, a Igreja Matriz de Messejana no
Ceará e Grajaú no Maranhão, construiu a atual Igreja de São
Benedito em Pedreiras, em estilo gótico uma torre de 22  2 m
de  altura  adornada  com  um  belíssimo  carrilhão  de  sinos.  A
esse  monumento  de  Pedreiras,  acrescenta-se  o  majestoso
Santuário de Francisco de Assis em Belém, ultimado por ele;
nesse Templo o último “reparado” pelo frade que “não era
engenheiro  e  nem  mestre  de obras” vale comtemplar a
simplicidade do atraente mosaico do piso que dá à igreja um
particular de admiração e recolhimento franciscano.
Irmã Coleta Maria de Quixadá:
Irmã Coleta Maria nasceu aos 07/04/1892 em Quixadá, Estado
do Ceará, filha de uma família de nove irmãos, residentes em
Belém  do  Pará.  Ingressou  na  Congregação  das  Missionárias
Capuchinhas,  no  ano de  1909,  quando ainda  tinha 16  anos.
Seu pai foi levá-la na Casa Matriz de Santo Antonio do Prata,
onde, no dia 16/05/1909, recebeu o hábito religioso das mãos
do  Fundador,  Frei  João  Pedro  de  Sesto,  iniciando  assim,  o
santo  Noviciado;  emitiu  seus  Votos  Religiosos  no  dia
04/10/1910.  Concluída  a  sua  formação  inicial,  Irmã  Coleta
integrou o primeiro grupo de Irmãs que chegou ao Anil, no dia
02/04/1913 e, no mesmo ano, aos 08/12/1913, na Igreja do
Anil, fez a sua Profissão Perpétua como Religiosa Missionária
Capuchinha. Na Escola Santa Cruz foi professora de letras e de
trabalhos  manuais;  na  igreja  matriz,  por  muitos  anos,  foi
organista e catequista. Acompanhou a Congregação Mariana
desde  a  sua  fundação  e  os  Congregados  chamavam-na  de
“congregada mariana” Sua vida missionária foi quase sempre
no  Anil;  dali  ausentou-se  apenas  cinco  anos,  quando
trabalhou em Guaramiranga e Fortaleza. Eram marcantes seus
dons  excepcionais  de  saúde,  energia,  lucidez, personalidade
forte, bom senso, simplicidade e amor ao trabalho.


Centenária, gostava de conversar e dava sonoras gargalhadas.
Às  17:20  h  do  dia  24/02/1998,  rodeada  por  suas  Irmãs  e
assistida por frei Pestana Júnior, Pároco do Anil, Irmã Coleta
foi  colhida  pela morte  corporal  na invejável idade  dos  seus
106  anos,  dos  quais,  88  de  Vida  Religiosa  e  80  vividos
exclusivamente no Anil.
Frei Hermenegildo de Morengo:
Chegou ao Anil no ano de 1946 na
qualidade  de  Desobrigante,  ou
seja,  o  Padre  que  celebrava  nas
Comunidades  rurais;  isso  revela  a
imensidão  do  território  paroquial
do  Anil,  na  época.  Eis  algumas
Capelas  atendidas  pela  então
Paróquia  do  Anil:  Santa  Bárbara,
Tibiri,  Maracanã,  Vila  Maranhão,
Quebra  Pote,  Calhau,  Tupinambá,
São  Francisco,  Estiva,  Santa  Rosa,
Anandiba, Forquilha, Ilha Pequena,
Calhau, Turu, Maioba, Tirirical.
Em  1947  frei  Hermenegildo  assume  como  Pároco  em
substituição  a  frei  Renato  de  Gana.  Frei  Gildo,  como  lhe
chamava  carinhosamente  o  Povo  do  Anil,  aos  poucos  foi
conquistando  os corações dos  fiéis e, em  pouco  tempo,  era
conhecidíssimo não só no Anil, mas, em toda a cidade de São
Luís.  Sua  marca  registrada,  o  velho  Jeep  que  usava  no
atendimento  paroquial e o cachorro,  seu amigo inseparável,
que sempre o acompanhava, correndo atrás do Jeep.
Mas,  nem  bem  o  novo  Pároco  assumiu  a  Paróquia,  aos
06/08/1947, desmorona uma parte da antiga Igreja e a outra
fica comprometida.  Certamente  aos atentos  ouvidos  de frei
Hermenegildo deve ter ressoado a consigna franciscana, “vai e
reconstrói a minha Igreja”


Aos 14/09/1949, motivado pelo entusiasmo pastoral do Povo,
iniciou  a  construção  da  nova  Igreja  que,  hoje,  sobressai
altaneira  e  bela,  na  colina  Santa  Cruz  do  Anil.  Enquanto
constrói  o  Templo,  edifica  a  Igreja  do  Senhor  e,  assim,  no
mesmo ano de 1949,  funda a Liga Católica do  Anil  com 300
homens.
Homem de saúde frágil que volta e meia estava internado nos
hospitais, não se acomoda. Embalado pelo fervor dos fiéis, em
agosto  de  1950 inicia a construção da  Torre da Igreja e, em
novembro do  mesmo ano,  a  construção  do Salão  Paroquial.
Ainda teve tempo e disposição para inaugurar o Posto Médico
e a Escola Paroquial. Foi Pároco do Anil por 16 anos.
Em  1962 frei  Hermenegildo se retira  do Anil por uma breve
temporada,  e  toma  posse  o  novo  Pároco,  frei  Simeão  de
Levate.  Aos  18/02/1968  voltou  ao  Anil  como  Cooperador  e
terminou  como  Pároco,  pela  segunda  vez.  Frei  Ubaldo  de
Ghizalba que tinha sido nomeado para o ofício foi removido
para  Dom  Pedro/MA,  e  frei  Hermenegildo,  para  alegria  do
povo anilense, foi empossado como Pároco. Frei João Franco
Frambi é o seu Cooperador.
Em setembro de 1968 começam as Missas todos os domingos
nas “Casas Populares” (COH B) No início se celebrava nas
ruas, depois no Grupo Escolar. Em janeiro de 1969  o Pároco
iniciou  a  batalha  pelo  terreno  para  a  construção  da  futura
Igreja da  COHAB. O terreno  foi  cedido, mas não  doado.  Em
setembro  desse  mesmo  ano  inicia  a  campanha  para  a
construção da Igreja, e frei Hermenegildo foi à Televisão para
lançá-la a longo alcance. Em outubro iniciou a construção da
Igreja  de  Nossa  Senhora  do  Perpétuo  Socorro.  Em  1970
termina o seu segundo Paroquiato no Anil, somando 19 anos
de ação  missionária na Paróquia. Como reconhecimento por
tudo o que fez no Anil, a Prefeitura lhe dedicou uma rua, no
Bairro da Aurora/Anil
(Frei Macapuna)
.



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