Que a Imaculada Conceição te abençoe pela visita, hoje é

sábado, 29 de junho de 2013

HOMILIA - SÃO PEDRO E SÃO PAULO


Homilia do Padre Françoá Costa – Solenidade de São Pedro e São Paulo – Ano C
Viva o Papa!

“Tu és o Cristo”, eis a profissão de fé de Pedro. “Tu és Pedro”, eis a demonstração de que Deus confia nos homens. Na clausura do Ano Sacerdotal, o Papa Bento XVI falava da audácia de Deus, que consiste em confiar nos homens a tal ponto de fazer deles instrumentos e canais de graça. Realmente, Deus confia em nós! Não nos necessita, mas quis necessitar de nós.

São Pedro nasceu em Betsaida, cidade da Galiléia. Conheceu Jesus através de seu irmão André. Jesus “fixando nele o olhar” (Jo 1,42) o chamou para segui-lo. O olhar carinhoso de Cristo devia ser arrebatador, convincente e encerrava um radicalismo de entrega a Deus muito atraente. Aquele olhar transformou Pedro, agora chamado Cefas, pedra, Pedro. De simples pescador converte-se num pescador de homens. Foi o vigário de Cristo na terra quando ele, o Senhor, já não estava entre os seus em corpo mortal.

Jesus quis instituir a sua Igreja tendo Pedro e seus sucessores à frente dela, e isso para sempre. Pedro, Lino, Cleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto, Sotero, Eleutério, Vítor,… Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI, Francisco: 266 papas. Que maravilha! Cheios de entusiasmo, professemos a nossa fé nesta Igreja, que é “Una, Santa, Católica e Apostólica, edificada por Jesus Cristo, sociedade visível instituída com órgãos hierárquicos e comunidade espiritual simultaneamente (…); fundada sobre os Apóstolos e transmitindo de geração em geração a sua palavra sempre viva e os seus poderes de Pastores no Sucessor de Pedro e nos Bispos em comunhão com ele; perpetuamente assistida pelo Espírito Santo” (Paulo VI, Credo do Povo de Deus).

S. Jerônimo expressou firmemente a sua adesão ao Papa com as seguintes palavras: “não sigo nenhum primado a não ser o de Cristo; por isso ponho-me em comunhão com a Sua Santidade, ou seja, com a cátedra de Pedro. Sei que sobre esta pedra está edificada a Igreja”.

A história da Igreja – são já dois mil anos! – é uma demonstração de força e de debilidade, também no que se refere à história do papado. Graças a Deus, o século XX está cheio de grandes Papas, a começar por S. Pio X no começo do século culminando com João Paulo II. Todos nós fomos testemunhas também da bondade e da inteireza de Bento XVI: quanta fortaleza, quanto amor a Deus, quantas lutas para defender a Santa Igreja. A maioria dos Papas foram homens magníficos, cheios de Deus e entregues ao serviço do rebanho a eles confiado. Francisco é o atual Sucessor de Pedro, um homem simples no caminho da pobreza de Jesus Cristo, foi eleito Papa no dia 13 de março deste ano. A nossa adesão a ele e a nossa obediência é completa.

Lembremo-nos que a Igreja é santa, é guiada e sustentada por Deus, nada a pode derrotar. É Santa, os pecadores somos nós; Deus a fundamentou de tal maneira que nem o inferno e seus demônios, nem os homens, poderão derrotá-la. A Igreja, esposa de Cristo, chegará à Parusia. Outro fato maravilhoso é que os Papas, mais santos ou menos santos, sempre guardaram intacto o depósito da fé. Deus garante o pastoreio da Igreja através desses homens que ele mesmo escolheu. É fato e é dogma de fé: o Papa quando fala sobre coisas de fé e de moral com a sua autoridade de Supremo Pastor do rebanho não pode errar, não pode equivocar-se.

O Papa é sempre o bispo de Roma. Deus quis – em sua providência – que Roma tivesse esse significado especial na história da Igreja peregrina. O Romano Pontífice como vigário de Cristo é o administrador de Cristo aqui na terra, como sucessor de Pedro leva consigo toda a autoridade que Cristo confiou ao mesmo Pedro para apascentar o rebanho do Senhor. S. Josemaria Escrivá dizia que “o amor ao Romano Pontífice há de ser em nós uma bela paixão, porque nele vemos Cristo”.

O católico deve estar sempre perto do Papa: escutá-lo, apoiá-lo, rezar por ele e suas intenções. Não podemos romper a unidade católica: todos com o Papa! De fato, para estar em plena comunhão com a Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja Católica, é preciso professar a mesma fé, celebrar os mesmos sacramentos e estar unidos à hierarquia cujo ponto principal é o Papa. “Sou católico, vivo a minha fé” (Edições CNBB), um Compêndio da Doutrina elaborado pela Conferência Episcopal, quando se pergunta “Quem é o Papa para nós, católicos?” responde da seguinte maneira: “o Papa é o sucessor do apóstolo Pedro, o bispo de Roma que Jesus constituiu como “perpétuo e visível fundamento da unidade” (…) é o pastor de toda a Igreja. (…) tem a missão de confirmar toda a Igreja na fé, continuando a mesma tarefa que Cristo confiou a Pedro (…) Todo católico, além de conhecer e viver a Palavra de Deus, de dar testemunho da sua fé em Cristo, de participar da comunidade eclesial, espaço de testemunho, de serviço, de diálogo e de anúncio, ama e respeita o Papa e os bispos como seus legítimos pastores. Ora por eles e obedece às orientações da Igreja Católica” (V,15)

Pe. Françoá Costa



SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO


Homilia de D. Henrique Soares da Costa – Solenidade de São Pedro e São Paulo – Ano C
At 12,1-11
Sl 33
2Tm 4,6-8.17-18
Mt 16,13-19

Hoje celebramos o glorioso martírio dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, aqueles “santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. Pedro, aquele a quem o Senhor constituiu como fundamento da unidade visível da sua Igreja e a quem concedeu as chaves do Reino; Paulo, chamado para ser Apóstolo de um modo único e especial, tornou-se o Doutor das nações pagãs, levando o Evangelho aos povos que viviam nas trevas. Um pela cruz e o outro pela espada, deram o testemunho perfeito de Cristo, derramando seu sangue e entregando a vida em Roma, por volta do ano 67 da nossa era.
Caríssimos, esta Solenidade hodierna dá-nos a oportunidade para algumas ponderações importantes.
A Igreja é apostólica. Esta é uma sua propriedade essencial. João, no Apocalipse, vê a Jerusalém celeste fundada sobre doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (cf. 21,14). Eis: a Igreja não pode ser fundada por ninguém, a não ser pelo próprio Senhor, que a estabeleceu sobre o testemunho daqueles Doze primeiros que ele mesmo escolheu. Seu alicerce, portanto, sua origem, seu fundamento são o ministério e a pregação apostólicas que, na força do Espírito Santo, deverão perdurar até o fim dos tempos graças à sucessão apostólica dos Bispos católicos, transmitida na Consagração episcopal. Dizer que nossa fé é apostólica significa crer firmemente que a fé não pode ser inventada nem tampouco deixada ao bel-prazer das modas de cada época; crer que a Igreja tem como fundamento os Apóstolos significa afirmar que não somos nós, mas o Cristo no Espírito Santo, quem pastoreia e santifica a Igreja pelo ministério dos legítimos sucessores dos Apóstolos. O critério daquilo que cremos, a regra da nossa adesão ao Senhor Jesus, a norma da nossa fé é aquilo que recebemos dos santos Apóstolos uma vez para sempre. Só a eles e aos seus legítimos sucessores o Senhor confiou a sua Igreja, concedendo-lhes a autoridade com a unção do Espírito para desempenharem o ofício de guiar o seu rebanho pelos séculos a fora. Olhemos, irmãos amados, para Pedro e Paulo e renovemos nosso firme propósito de nos manter alicerçados na fé católica e apostólica que eles plantaram juntamente com os demais discípulos do Senhor. Hoje, quando surgem tantas comunidades cristãs que se auto-intitulam “igrejas” e se auto-denominam “apostólicas”, estejamos atentos para não perder a comunhão com a verdadeira fé, transmitida de modo ininterrupto e fiel na única Igreja de Cristo, santa, católica e apostólica.
Um outro aspecto importante, caríssimos, é o significado de ser Apóstolo: ele não é somente aquele que prega Jesus, mas, sobretudo, aquele que, escolhido pelo Senhor, com ele conviveu, nele viveu e, por ele, entregou sua vida. Os apóstolos testemunharam Jesus não somente com a palavra, mas também com o modo de viver e com a própria morte. Por isso mesmo, seu martírio é uma festa para a Igreja, pois é o selo de tudo quanto anunciaram. O próprio São Paulo reconhecia: “Não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor. Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila para que esse incomparável poder seja de Deus e não nosso. Incessantemente trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo. Assim, a morte trabalha em nós; a vida, porém, em vós” (2Cor 4,5.7.10.12). Eis o sinal do verdadeiro Apóstolo: dar a vida pelo rebanho, com Jesus e como Jesus, gastando-se, morrendo, pra que os irmãos vivam no Senhor! Por isso, caríssimos meus, a alegria da Igreja na Festa de hoje: Pedro e Paulo não só falaram, não só viveram, mas também morreram pelo seu Senhor; e já sabemos pelo próprio Cristo-Deus que não há maior prova de amor que dá a vida por quem amamos! Bem-aventurado é Pedro, bendito é Paulo, que amaram tanto o Senhor a ponto de darem a vida por ele! Nisto são um exemplo, um modelo, uma norma de vida para todos nós. Aprendamos com eles!
Um terceiro aspecto que hoje podemos considerar é a ação fecunda da graça de Cristo na vida dos seus servos. O exemplo de Pedro, o exemplo de Paulo servem muito bem para nós. Bento XVI, ao ser eleito, afirmou humildemente que se consolava com o fato de Deus saber trabalhar com instrumentos insuficientes: Quem era Simão, chamado Pedro? Um pescador sincero, mas rude, impulsivo e de temperamento movediço. No entanto, foi fiel à graça, e tornou-se Pedra sólida da Igreja, tão apegado ao seu Senhor, a ponto de exclamar, cheio de tímida humildade: “Senhor tu sabes tudo; tu sabes que te amo” (Jo 21,17). Quem era Saulo de Tarso, chamado Paulo? Um douto, mas teimoso e radical fariseu, inimigo de Cristo. Tendo sido fiel à graça, tornou-se o grande Apóstolo de Jesus Cristo, tão apaixonado pelo seu Senhor, a ponto de nos desafiar: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo!” (1Cor 11,1). Eis, caros meus, abramo-nos também nós à graça que o Senhor nos concede para a edificação da sua obra, para a construção do seu Reino, e digamos como São Paulo: “Pela graça de Deus sou o que sou, e sua graça em mim não foi em vão” (1Cor 15,10).
Ainda um derradeiro aspecto, amados no Senhor. Nesta hodierna Solenidade somos chamados a refletir sobre o ministério de Pedro na Igreja. Simão por natureza foi feito Pedro pela graça. Pedro quer dizer pedra. Eis, portanto, Simão Pedra. “Tu és Pedro e sobre esta Pedra eu edificarei a minha Igreja. Eu te darei as chaves do Reino” (Mt 16,16ss). Caríssimos, o ministério petrino é mais que a pessoa de Pedro. Seu serviço será sempre o de confirmar os irmãos na fé em Cristo, Filho do Deus vivo, mantendo a Igreja unida na verdadeira fé apostólica e na unidade católica. É este o ministério que até o fim dos tempos, por vontade do Senhor, estará presente na Igreja na pessoa do Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, a quem chamamos carinhosamente de Papa, pai. O Papa é o Pastor supremo da Igreja de Cristo porque somente a ele o Senhor entregou de modo supremo o seu rebanho. Aquilo que entregou aos Doze e a seus sucessores, os Bispos, entregou de modo especial a Pedro e a seus sucessores, o Papa: “Tu me amas mais que estes? Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21,15). Estejamos atentos, caríssimos: nossa obediência, nossa adesão, nosso respeito, nossa veneração pelo Santo Padre não é porque o achamos simpático, sábio, ou de pensamento igual ao nosso, mas porque ele é aquele a quem o Senhor confiou a missão de confirmar os irmãos. Nossa certeza de que ele nos guia em nome de Cristo vem da promessa do próprio Senhor: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; eu, porém, orei por ti, a fim de que a tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22,31-32). É porque temos certeza da eficácia da oração de Jesus por Pedro e seus sucessores, que aderimos com fé ao ensinamento do Santo Padre. Estejamos certos de uma coisa: quem não está em comunhão com o Papa está fora da plena comunhão visível com a Igreja de Cristo, que é a Igreja católica.
Assim, rezemos hoje pelo Papa Bento XVI. E acompanhemos nossa oração com um gesto concreto: a esmola, o óbolo de São Pedro, aquela contribuição que no dia de hoje os católicos do mundo inteiro devem dar para as obras de caridade do Papa por todo o mundo. Assim, com as mãos e com o coração rezemos pelo Santo Padre, o Papa Bento: Que o Senhor nosso Deus que o escolheu para o Episcopado na Igreja de Roma, o conserve são e salvo à frente da sua Igreja, governando o Povo de Deus, de modo que o povo cristão a ele confiado possa sempre mais crescer na fé. Amém.

D. Henrique Soares da Costa



A PARÓQUIA DO ANIL ACOLHE DOM BELISÁRIO EM VISITA PASTORAL

A Paróquia do anil acolhe com muita alegria o Senhor Arcebispo Dom José Belisário em visita Pastoral. Nesta manhã, aproveitou e fez também uma visita fraterna às Irmãs Missionárias Capuchinhas do Anil.








FESTEJO DE SÃO PEDRO - PLANALTO ANIL

Senhor nosso Deus, concedei-nos os auxílios necessários à salvação, pela intercessão dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, pelos quais destes à vossa Igreja os primeiros benefícios da fé. (oração coleta - Vigília)














terça-feira, 25 de junho de 2013

PAPA: "SER CRISTÃO NÃO É UMA CASUALIDADE, MAS UM CHAMADO DE AMOR"


Cidade do Vaticano (RV) – Ser cristão é um chamado de amor, um chamado a se tornar filhos de Deus. Foi o que destacou o Papa Francisco na Missa desta manhã, na capela da Casa Santa Marta.
A Missa foi concelebrada pelos Cardeais Robert Sarah e Camillo Ruini e pelo Pe. José Gabriel Funes, Diretor da Specula Vaticana, entre outros.
Na homilia, o Papa se inspirou na primeira leitura, extraída do Livro do Gênesis, onde se narra a discussão entre Abraão e o primo Lot sobre a divisão da terra. “Quando eu leio essa passagem, penso no Oriente Médio e peço muito ao Senhor para que nos dê a todos a sabedoria. Não briguemos pela paz”, disse o Papa, que indicou Abraão como modelo do nosso percurso:
“Abraão parte da sua terra com uma promessa: todo o seu caminho é ir em direção a esta promessa. E o seu percurso é um modelo para o nosso. Deus chama Abraão, uma pessoa, e dessa pessoa faz um povo.”
No Livro do Gênesis, encontramos que Deus cria sempre no plural, as plantas, os animais, as estrelas. O homem, todavia, está no singular. Deus nos fala sempre no singular, porque nos criou à sua imagem e semelhança. Ele falou a Abraão e lhe fez uma promessa, convidando-o a sair de sua terra. “Nós cristãos somos chamados no singular: nenhum de nós é cristão por acaso. Ninguém!”
Deus nos chama por nome, com uma promessa, de que estará sempre conosco, inclusive nos momentos mais difíceis. Esta é a segurança do cristão, não é uma causalidade, é um chamado! Um chamado que nos faz prosseguir. Ser cristão é um chamado de amor, de amizade; um chamado a nos tornar filhos de Deus, irmão de Jesus. Existem muitos problemas, momentos difíceis: Jesus passou por isso, mas sempre com esta segurança de que o Senhor me chama e está comigo.
“Esta certeza do cristão nos fará bem. Que o Senhor nos dê, a todos nós, esta vontade de ir avante, a mesma que teve Abraão. Em meio aos problemas, prosseguir com a certeza de que Ele me chamou, que me prometeu tantas coisas belas e está comigo!”

segunda-feira, 24 de junho de 2013

"A IGREJA É CHAMADA A PROCLAMAR A PALAVRA DE DEUS ATÉ O MARTÍRIO"


Cidade do Vaticano (RV) - Como São João, a Igreja é chamada a proclamar a Palavra de Deus até o martírio. Foi o que sublinhou o Papa Francisco na Santa Missa nesta manhã, na Casa Santa Marta, na Solenidade do Nascimento de São João Batista. O Papa reafirmou que a Igreja não deve jamais conservar algo para si mesma, mas estar sempre a serviço do Evangelho.
Na missa, que foi concelebrada, entre outros, pelo Cardeal Gianfranco Ravasi, participaram um grupo de sacerdotes e colaboradores do Pontifício Conselho para a Cultura, um grupo de funcionários da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra e um grupo do Serviço Filatélico e Numismático Vaticano.
No dia em que a Igreja celebra o nascimento de São João Batista, o Papa Francisco começou a sua homilia dirigindo uma saudação a todos aqueles que têm o nome de João. A figura de João Batista, disse o Papa, nem sempre é fácil de entender. “Quando pensamos em sua vida – observou o Papa -, é um profeta”, um “homem que foi grande e depois acaba como um homem pobre”. Quem é então João? Ele mesmo, disse o Papa Francisco, responde: “Eu sou uma voz, uma voz no deserto”, mas “é uma voz sem Palavra, porque a Palavra não é ele, é Outro”. Eis então, qual é o mistério de João: “Nunca se apodera da Palavra”, João “é aquele que indica, que assinala”. O “sentido da vida de João - acrescentou - é indicar outro”. O Papa Francisco, disse em seguida que chama a sua atenção o fato de que a “Igreja escolheu para a festa de São João” um período em que os dias são os mais longos do ano, “tem mais luz”. E realmente João “era o homem da luz, carregava a luz, mas não tinha luz própria, refletia a luz”. João é “como uma lua”, e quando Jesus começou a pregar, a luz de João “começou a diminuir cada vez mais”. “Voz, não Palavra - disse o Papa - luz, mas não luz própria”.
“João parece ser nada. Essa é a vocação de João, anular-se. E quando contemplamos a vida deste homem, tão grande, tão poderoso - todos acreditavam que ele era o Messias -, quando contemplamos essa vida, como se anula até a escuridão de uma prisão, contemplamos um grande mistério. Nós não sabemos como foram os últimos dias de João. Não sabemos. Sabemos apenas que ele foi morto, a sua cabeça colocada em uma bandeja, como grande presente para uma dançarina e uma adúltera. Eu acho que mais do que isso ele não podia se rebaixar, anular-se. Esse foi o fim de João”.
Na prisão, prosseguiu o Papa, João experimentou a dúvida, tinha angústia e chamou os seus discípulos para irem até Jesus e pedir-lhe: “És Tu, ou devemos esperar outro?”. “Existe a escuridão, a dor da sua vida. Nem mesmo isso foi poupado a João”, disse Francisco, que acrescentou: “a figura de João me faz pensar muito na Igreja”
“A Igreja existe para proclamar, para ser voz de uma Palavra, do seu esposo, que é a Palavra. A Igreja existe para proclamar esta Palavra até o martírio. Martírio precisamente nas mãos dos orgulhosos, dos mais soberbos da Terra. João poderia tornar-se importante, poderia dizer algo sobre si mesmo. “Mas eu creio jamais faria isso: indicava, sentia-se voz, não Palavra. O segredo de João. Porque João é santo e sem pecado? Porque, ele jamais apresentou uma verdade como sua. Ele não queria ser um ideólogo. Era o homem que se negou a si mesmo, para que a Palavra se sobressaísse. E nós, como Igreja, podemos pedir hoje a graça de não nos tornarmos uma Igreja ideologizada... "

A Igreja, acrescentou, deve ouvir a Palavra de Jesus e se fazer voz, proclamá-la com coragem. “Esta - disse - é a Igreja, sem ideologias, sem vida própria: a Igreja que é o “mysterium lunae”, que recebe a luz do seu Esposo e deve diminuir para que Ele cresça”.
“Este é o modelo que oferece hoje João para nós e para a Igreja. Uma Igreja que esteja sempre ao serviço da Palavra. Uma Igreja, que nunca tome nada para si mesma. Hoje na oração pedimos a graça da alegria, pedimos ao Senhor para animar esta Igreja no seu serviço à Palavra, de ser a voz desta Palavra, pregar essa Palavra. Vamos pedir a graça: a dignidade de João, sem idéias próprias, sem um Evangelho tomado como propriedade, apenas uma Igreja voz que indica a Palavra, e isso até o martírio. Assim seja! (SP)



domingo, 23 de junho de 2013

sábado, 22 de junho de 2013

PARÓQUIA DO ANIL - SETOR SÃO MARCOS REALIZA SUA PRIMEIRA JORNADA MISSIONÁRIA

Dia 21 de Junho de 2013, na Missa das 18:30h. a Paróquia do Anil enviou em missão 80 missionários para a primeira jornada missionária no Setor São Marcos, a ser realizada nos dias 22 e 23 de junho de 2013. Hoje dia 22 haverá missa nas Comunidades do setor supracitado:
PLANALTO - ÀS 19:30H - Cel. frei Lázaro
NOVA  AURORA - ÀS 19:30H. - Cel. frei Arimatéia
AURORA - ÀS 19:30H. - Cel. frei Farias
CAFETEIRA I - ÀS 19:30H. - Cel. frei Luís Leitão
CAFETEIRA II - ÀS 19:30H. - Cel. frei Márcio
CRUZEIRO - ÀS 19:30H. - Cel. frei Franklin



APOSTOLADO DA ORAÇÃO EM FESTA NA PARÓQUIA DO ANIL

APOSTOLADO DA ORAÇÃO EM FESTA NA PARÓQUIA - ONTEM ENCERRAMOS O NOVENÁRIO DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO NA MISSA DAS 18:30H.










SOIS PASTORES! OS PASTORES ESTEJAM PERTO DAS PESSOAS, SEM PSICOLOGIA DE "PRÍNCIPES". PAPA AOS NÚNCIOS APOSTÓLICOS


A dimensão pastoral da actividade dos Núncios Apostólicos e as dificuldades específicas que lhe são inerentes, e um perfil do candidato ao episcopado foram evocadas nesta sexta-feira de manhã pelo Papa Francisco, num encontro com os Representantes Pontifícios através do mundo, reunidos em Roma, nestes dias, convocados a seu tempo por Bento XVI, no âmbito do Ano da Fé. “Ocasião – recordou hoje o Papa Francisco – para rezar e reflectir juntos e para conviver fraternamente. Trata-se de um serviço ao Sucessor de Pedro, no seu ministério da unidade. A esta numerosa assembleia em que se sentia a catolicidade da Igreja, a sua dimensão universal, Francisco fez questão de dirigir palavras sentidas, num discurso muito pessoal, sem palavras de mera circunstância.
O Papa observou que a vida dos Representantes pontifícios é “uma vida de nómadas”, sempre com a mala pronta, pelo facto de mudarem frequentemente de lugar, de continente. Uma existência que lhes dá “o sentido do caminho, central na fé, como Abraão. O que exige antes de mais “o sacrifício de se despojar das coisas, dos amigos, das ligações e recomeçar sempre de novo. O que não é fácil. É viver no provisório, saindo de si mesmo, sem ter um lugar onde lançar raízes, uma comunidade estável…”.Citando uma afirmação feita em 1951 por Mons. Montini, futuro Paulo VI (de que hoje se celebra os 50 anos de eleição pontifícia), Papa Francisco observou que a figura do representante pontifício é “a de alguém que tem verdadeiramente consciência de levar Cristo consigo”, como bem precioso a comunicar… a representar.
O Papa Francisco advertiu contra o perigo, também para os homens da Igreja, daquilo que De Lubac designava como “mundanidade espiritual”: ceder ao espírito do mundo, que leva a agir para a própria realização e não para a glória de Deus – uma espécie (disse) de “burguesia do espírito e da vida” que leva a conformar-se, a procurar uma vida cómoda e tranquila”. E recordou o que dizia, recentemente, aos alunos da Academia Eclesiástica, citando o “Diário da Alma”, do Beato João XXIII, que afirmava ter compreendido cada vez melhor que, para bem realizar a sua missão (de representante pontifício) tinha que se concentrar no essencial – Cristo e o Evangelho, caso contrário corre-se o risco de cair no ridículo uma missão santa.“São palavras fortes, mas verdadeiras: ceder ao espírito mundano expõe - sobretudo a nós, Pastores – ao ridículo: poderemos porventura receber aplausos, mas esses mesmos que pareçam aprovar-vos, criticar-vos-ão depois, pelas costas”.
O Papa insistiu em sublinhar que os representantes pontifícios são todos Pastores:
“Somos Pastores” Isto, nunca podemos esquecê-lo. Vós, caros Representantes pontifícios, sois presença de Cristo, sois presença sacerdotal, de Pastores… sois Pastores que servem a Igreja, com a função de encorajar, de serdes ministros de comunhão, e também com a tarefa, nem sempre fácil, de corrigir. Fazei sempre tudo com profundo amor… Procurai sempre o bem, o bem de todos, o bem da Igreja e de cada pessoa”. Na parte final da sua alocução aos Núncios Apostólicos, o Santo Padre referiu “um dos pontos mais importantes do seu serviço: a colaboração para as nomeações episcopais, indicando alguns critérios a ter em conta nessa “delicada tarefa”:
“que os candidatos sejam Pastores próximos das pessoas (este é o primeiro requisito), pais e irmãos, sejam mansos, pacientes, misericordiosos; amem a pobreza - interior, como liberdade para o Senhor, e também exterior, como simplicidade e austeridade de vida, que não tenham uma psicologia de “príncipes”. “Sede atentos a que não sejam ambiciosos, que não procurem o episcopado” – insistiu o Papa, acrescentando ainda: “que sejam esposos de uma Igreja, sem passarem o tempo à procura de outra”. Finalmente, os Pastores “saibam ir à frente do rebanho a indicar o caminho, no meio do rebanho para o manter unido, e atrás do rebanhopara evitar que alguém fique para trás e para que o rebanho aprenda a encontrar o caminho.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

REFLEXÃO DO PAPA


"Morrer de fome é um escândalo", afirma o Papa aos membros da FAO
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2013-06-20 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Morrer de fome constitui um verdadeiro escândalo: assim o Papa Francisco se dirigiu aos participantes da 38ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em andamento em Roma.
Na Sala Clementina, no Vaticano, o Papa saudou de modo especial o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, com que o Pontífice já se encontrou no início do seu ministério petrino. Naquela ocasião, recordou Francisco, Graziano manifestou a gravidade da situação mundial, devido não somente à crise econômica, mas também aos inúmeros conflitos e às mudanças climáticas.
As soluções possíveis para combater a fome são muitas, e não se limitam ao aumento da produção de alimentos. “Sabe-se que a produção é suficiente e mesmo assim existem milhões de pessoas que sofrem e morrem de fome: isto constitui um verdadeiro escândalo. É necessário encontrar modos para que todos possam beneficiar dos frutos da terra, não só para evitar que aumente o abismo entre quem mais tem e quem deve se contentar com as migalhas, mas sobretudo por uma exigência de justiça e de equidade e de respeito por cada ser humano.”
Hoje, analisou, a pessoa parece ter se tornado uma abstração diante de questões como o uso da força, da guerra, da desnutrição e da violação das liberdades fundamentais. A especulação financeira, que condiciona o preço dos alimentos, os trata como qualquer outra mercadoria, esquecendo seu destino primário. Para superar esta situação, o Papa propõe que a pessoa e a dignidade humana sejam consideradas pilares sobre os quais constituir regras e estruturas, combatendo interesses econômicos míopes, corrupção e lógicas de poder que desagregam a sociedade.
Como disse em outras ocasiões, Francisco reiterou que a crise que estamos vivendo não é só financeira, mas é uma crise de convicções e de valores. Por isso, pede à FAO e aos seus Estados-membros uma abertura de coração. Para prosseguir de modo construtivo, é preciso ser capaz de analisar, compreender e doar, abandonando qualquer tentação de poder, de possuir sempre mais e de buscar o próprio interesse em detrimento da família humana.
A propósito, o Papa considerou “expressiva” a escolha de dedicar o próximo ano à família rural – ocasião para reforçar a convicção de que a família é o local principal do crescimento de cada um, pois é através dela que o ser humano se abre à vida e à exigência natural de se relacionar com os outros.
Por fim, o Pontífice garantiu o apoio da Igreja Católica, através de suas estruturas e instituições, às iniciativas da FAO, que devem ser caracterizadas cada vez mais pela promoção da cultura do encontro e da solidariedade.
(BF)



MENSAGEM DO PAPA


2013-06-20 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Papa Francisco recebeu, na manhã desta quinta-feira, na Sala do Consistório, no Vaticano, os participantes da 86ª Assembléia da ROACO, - Reunião das Obras às Igrejas Orientais, - presidida pelo o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.
Após sua saudação aos presentes, o Santo Padre expressou seu reconhecimento e proximidade a todos aqueles que trabalham em prol das Igrejas no Oriente; animou-os e os apoiou na prática da caridade, orgulho dos discípulos de Jesus.
Esta caridade, que brota do amor de Deus em Cristo, tem seu ápice na Cruz, sinal luminoso da misericórdia e amor de Deus para com todos. Ela é infundida em nossos corações por meio do Espírito Santo. E o Papa acrescentou:
“Para mim é “um dever exortar à caridade, que é inseparável daquela fé, na qual o Bispo de Roma, Sucessor do Apóstolo Pedro, deve confirmar. Neste sentido, o “Ano da Fé” nos impele a professar, de modo ainda mais consciente, o amor de Deus em Cristo Jesus”.

O Santo Padre pediu aos presentes para colaborar com ele e acompanhá-lo na “tarefa de unir a fé à caridade, inerente ao serviço do Sucessor de Pedro. Mas, “a nossa ação só será eficaz se estivermos arraigados na fé, nutrida pela oração, especialmente pela Santa Eucaristia, Sacramento da fé e da caridade”.
Neste sentido, o Papa os exortou a continuar sua obra inteligente e atenciosa na realização de projetos ponderados e coordenados, dando a devida prioridade à formação, sobretudo, dos jovens. No entanto, “não devemos esquecer que tais projetos devem ser sinais da nossa profissão de amor a Deus, que constitui a identidade dos cristãos”.
Por outro lado, recordou o Bispo de Roma, a Igreja, na sua multiplicidade e riqueza de componentes e atividades, não encontra a sua segurança nos meios humanos. A Igreja, que é de Deus, confia na presença e ação divinas e leva ao mundo o seu poder, que é o amor.
A presença dos Patriarcas de Alexandria dos Coptas e da Babilônia dos Caldeus, como os Representantes Pontifícios na Terra Santa e na Síria, do Bispo auxiliar do Patriarca de Jerusalém e da Custódia da Terra Santa, disse o Papa, “o leva espiritualmente aos Lugares Santos da nossa Redenção”, mas também “lhe causa viva preocupação eclesial” pela condição de tantos irmãos e irmãs, que vivem em uma interminável situação de insegurança e violência, que não poupa os inocentes e os mais frágeis.
Papa Francisco concluiu seu discurso, aos membros da ROACO, dirigindo, mais uma vez, do profundo do seu coração, “um premente apelo”, aos responsáveis dos povos e dos organismos internacionais, aos fiéis de todas as religiões e aos homens e mulheres de boa vontade, “para que se coloque um ponto final aos sofrimentos, violências e todo tipo de discriminação religiosa, cultural e social”.
E exortou ainda: “Que as divergências, que semeiam morte, cedam seu lugar ao encontro e à reconciliação, que proporcionam vida”. A todos aqueles que sofrem, o Papa diz com firmeza: “Jamais percam a esperança! A Igreja está ao lado de vocês, os acompanha e os apóia. E concluiu:
Peço-lhes a façam todo o possível para aliviar as graves necessidades das populações atingidas, de modo particular, às da Síria, como também os deslocados e refugiados, cada vez mais numerosos”.
Enfim, o Papa Francisco concedeu a todos os representantes das Instituições e Organismos que trabalham pelas Igrejas Orientais, a sua Bênção Apostólica! (MT)


domingo, 16 de junho de 2013

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO


Papa Francisco: "Os Dez Mandamentos não são um hino ao "não", mas ao "sim" a Deus
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2013-06-16 Rádio Vaticana
http://media01.radiovaticana.va/imm/1_0_702026.JPGCidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou na manhã deste domingo, a Santa Missa na Praça São Pedro na presença de fiéis provenientes de todas as partes do mundo, por ocasião do Dia do Evangelho da Vida (Evangelium Vitae), no âmbito do Ano da Fé. Um evento que teve início já ontem, sábado com a peregrinação ao Túmulo de São Pedro durante todo o dia. Na parte da manhã foram proferidas catequeses sobre a Evangelium Vitae para os diferentes grupos linguísticos em vários locais da cidade de Roma. Já na parte da tarde a Adoração Eucarística e o Sacramento da Penitência em algumas igrejas nas proximidades da Basílica de São Pedro. À noite uma procissão com velas pela Via da Conciliação, que se concluiu na Praça São Pedro com uma vigília.
Numa manhã de sol e calor presentes também milhares de motociclistas em Harley-Davidsons provenientes de todo o mundo. O motivo da presença são 110 anos de fundação dessa empresa estadunidense. O grupo de motociclistas deu de presente ao Papa na última quarta-feira duas motos "Harley Davidson" para celebrar a ocasião, motos que serão utilizadas pela gemdarmaria vaticana.
Na sua homilia durante a Santa Missa, o Papa Francisco inicou recordando que a celebração tinha um nome muito belo: «Evangelium Vitae», o Evangelho da Vida. Com esta Eucaristia, no Ano da Fé, - continuou o Papa - queremos agradecer ao Senhor pelo dom da vida, em todas as suas manifestações, e ao mesmo tempo queremos anunciar o Evangelho da Vida.
Partindo da Palavra de Deus o Santo Padre propôs três pontos de meditação: primeiro, a Bíblia, que nos revela o Deus Vivo, o Deus que é Vida e fonte da vida; segundo, Jesus Cristo que dá a vida e o Espírito Santo mantém-nos na vida; terceiro, seguir o caminho de Deus leva à vida, ao passo que seguir os ídolos leva à morte.
“A Bíblia mostra-nos o drama humano em toda a sua realidade, o bem e o mal, as paixões, o pecado e as suas consequências. Quando o homem quer afirmar-se a si mesmo, fechando-se no seu egoísmo e colocando-se no lugar de Deus, acaba por semear a morte. Exemplo disto mesmo é o adultério do rei Davi. E o egoísmo leva à mentira, pela qual se procura enganar a si mesmo e ao próximo”. 
Mas, a Deus, não se pode enganar, - disse o Papa - e ouvimos as palavras que o profeta disse a Davi: Tu praticaste o mal aos olhos do Senhor (cf. 2 Sam 12, 9). O rei vê-se confrontado com as suas obras de morte, compreende e pede perdão: «Pequei contra o Senhor» (v. 13); e Deus misericordioso, que quer a vida, perdoa-lhe, devolve-lhe a vida.
Toda a Escritura – continuou Francisco - nos lembra que Deus é o Vivente, aquele que dá a vida e indica o caminho da vida plena. Penso no início do Livro do Génesis: Deus plasma o homem com o pó da terra, insufla nas suas narinas um sopro de vida e o homem torna-se um ser vivente (cf. 2, 7). Deus é a fonte da vida; é devido ao seu sopro que o homem tem vida, e é o seu sopro que sustenta o caminho da nossa existência terrena.
O Santo Padre recordou ainda o dom dos Dez Mandamentos: uma estrada que Deus nos indica para uma vida verdadeiramente livre, para uma vida plena; não são um hino ao «não», mas ao «sim» dito a Deus, ao Amor, à vida. Queridos amigos – disse - , a nossa vida só é plena em Deus, Ele é o Vivente!
Depois o Papa Francisco fala do segundo ponto, Jesus:
“Jesus é a encarnação do Deus Vivo, Aquele que traz a vida fazendo frente às obra de morte, ao pecado, ao egoísmo, ao fechamento em si mesmo. Jesus acolhe, ama, levanta, encoraja, perdoa e dá novamente a força de caminhar, devolve a vida. Ao longo do Evangelho, vemos como Jesus, por gestos e palavras, traz a vida de Deus que transforma”. 
O Papa recorda a experiência da mulher que unge com perfume os pés do Senhor: sente-se compreendida, amada, e responde com um gesto de amor, deixa-se tocar pela misericórdia de Deus e obtém o perdão, começa uma vida nova. Experiência também vivida pelo Apóstolo Paulo: «A vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gl 2, 20).
E que vida é esta?, pergunta-se o Papa. É a própria vida de Deus. E quem nos introduz nesta vida? É o Espírito Santo, dom de Cristo ressuscitado; é Ele que nos introduz na vida divina como verdadeiros filhos de Deus, como filhos no Filho Unigénito, Jesus Cristo.
E o Papa Francisco pergunta: Estamos nós abertos ao Espírito Santo? Deixamo-nos guiar por Ele? O cristão é um homem espiritual, mas isto não significa que seja uma pessoa que vive «nas nuvens», fora da realidade (como se fosse um fantasma), não! O cristão é uma pessoa que pensa e age de acordo com Deus na vida quotidiana, uma pessoa que deixa que a sua vida seja animada, nutrida pelo Espírito Santo, para ser plena, vida de verdadeiros filhos.
Falando do terceiro ponto o Papa reafirmou que Deus é o Vivente, Jesus traz-nos a vida de Deus, o Espírito Santo introduz-nos e mantém-nos na relação vital de verdadeiros filhos de Deus. Muitas vezes, porém, o homem não escolhe a vida, não acolhe o «Evangelho da vida», mas deixa-se guiar por ideologias e lógicas que põem obstáculos à vida, que não a respeitam, porque são ditadas pelo egoísmo, o interesse pessoal, o lucro, o poder, o prazer, e não pelo amor, a busca do bem do outro.
“É a persistente ilusão de querer construir a cidade do homem sem Deus, sem a vida e o amor de Deus: uma nova Torre de Babel; é pensar que a rejeição de Deus, da mensagem de Cristo, do Evangelho da vida leve à liberdade, à plena realização do homem. Resultado: o Deus Vivo acaba substituído por ídolos humanos e passageiros, que oferecem o arrebatamento de um momento de liberdade, mas no fim são portadores de novas escravidões e de morte”.
E o Santo Padre concluiu: “Amados irmãos e irmãs, consideremos Deus como o Deus da vida, consideremos a sua lei, a mensagem do Evangelho como um caminho de liberdade e vida. O Deus Vivo faz-nos livres! Digamos sim ao amor e não ao egoísmo, digamos sim à vida e não à morte, digamos sim à liberdade e não à escravidão dos numerosos ídolos do nosso tempo; numa palavra, digamos sim a Deus, que é amor, vida e liberdade, e jamais desilude (cf. 1 Jo 4, 8; Jo 8, 32; 11, 25).
“Só nos salva a fé no Deus Vivo; no Deus que, em Jesus Cristo, nos concedeu a sua vida e, com o dom do Espírito Santo, nos faz viver como verdadeiros filhos de Deus. Esta fé torna-nos livres e felizes. Peçamos a Maria, Mãe da Vida, que nos ajude a acolher e testemunhar sempre o «Evangelho da Vida»”.
Na conclusão da Santa Missa o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Arcebispo Rino Fisichella, agradeceu ao Santo Padre por esse intenso momento de oração que como todos os domingos se eleva da Igreja para dar glória à Trindade no dia da Ressurreição do Senhor Jesus. Depois de citar a presença de peregrinos de todas as partes do mundo afirmou que no Ano da Fé era importante que um momento de reflexão e de oração fosse dedicado àqueles que são testemunhas do ’Evangelium vitae. A sua paixão cotidiana mostra com evidência o compromisso pela plena promoção da vida humana e pela sua defesa.
“Santo Padre – disse ainda Dom Fisichella -, no Ano da Fé, este dia dedicado ao Evangelho da vida é um renovado apelo para que todos respeitem, defendam, amem e sirvam a vida humana. Não é uma prerrogativa de nós cristãos. É um caminho comum feito junto com tantos homens e mulheres que mesmo não tendo a nossa fé, compartilham o nosso anúncio e o nosso compromisso”. (SP)



sábado, 15 de junho de 2013

HOMILIA DO XI DOMINGO DO TEMPO COMUM


Homilia de D. Henrique Soares da Costa – XI Domingo do Tempo Comum – Ano C
2Sm 12,7-10.13
Sl 31
Gl 2,16.19-21
Lc 7,36 – 8,3
Convém iniciar a meditação sobre a Palavra do Senhor deste Domingo recordando a primeira e principal das Bem-aventuranças; aquela que resume todas as demais: “Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,3).
O Evangelho de hoje afirma que “Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa-nova do Reino de Deus”. Que Boa-nova é esta, que Jesus pregava? Que nele, Deus se revelava como Pai cheio de amor e misericórdia, que se volta para o homem, inclina-se em direção a ele, para acolhê-lo, perdoá-lo, e caminhar com ele. Este anúncio requer uma decisão nossa: a conversão, isto é, um coração aberto à Boa-nova de Jesus; um coração capaz de acolher a presença salvífica de Deus e, cheio do amor do Senhor, abrir-se também para os outros, sobretudo para os pobres sejam de que pobrezas forem. E por que Jesus afirma que é dos pobres o Reino dos Céus? Esta pergunta é a chave para compreender as leituras de hoje. Vejamos.
Quem é o pobre na Bíblia? De que pobre Jesus está falando? Pobre é todo aquele que se encontra numa situação extrema, situação de fraqueza e impotência; pobre é todo aquele que se encontra numa situação limite na vida. O gravemente doente é um pobre, o que não tem casa e comida é um pobre, o discriminado e perseguido é um pobre, o que se sente só e sem amor é um pobre, o aidético, o que foi derrotado, o que foi incompreendido, o que foi pisado pelo peso da existência… Notemos que a pobreza em si não é um bem. E por que Jesus proclama os pobres bem-aventurados, dizendo ser deles o Reino dos Céus? Porque o pobre, na sua pobreza, toca o que a vida humana é realmente: precária, débil, incerta, dependente de Deus. Normalmente, nossa tendência é esquecer essa realidade, procurando mil muletas, mil apoios, mil ilusões: bens materiais, saúde, prestígio, amigos, ninho afetivo, poder… e julgamo-nos auto-suficientes, senhores de nós mesmos, perdendo a atitude de criança simples e confiante diante de Deus. Assim, auto-suficiente, ricos para nós mesmos, não nos achamos necessitados de um Salvador, fechamo-nos para o Reino que Jesus veio anunciar. Só o pobre pode, com toda verdade, tocar a debilidade da vida com toda crueza e verdade e, assim, os pobres têm muito mais possibilidades de abrir-se para o Reino.
As leituras deste Domingo ilustram-nos esta realidade. Primeiro, a pobreza de Davi que, apesar de forte militarmente e rei de Israel, não hesita em reconhecer seu pecado com toda humildade diante do profeta do Senhor: “Pequei contra o Senhor” – diz o rei. Davi não usa máscara, não procura justificar-se com desculpas esfarrapadas. Reconhece-se pequeno, frágil, limitado… humilha-se ante o Senhor. A resposta do Senhor é imediata: “De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás”. Depois, as duas figuras contrapostas do Evangelho: de um lado Simão, cheio de si, de sua própria justiça, seguro de si próprio, julgando-se em dia com Deus e com seus preceitos e, por isso mesmo, fechado para a misericórdia e a delicadeza para com os outros. Jesus o desmascara: “Quando entrei na tua casa, tu não me ofereceste água para lavar os pés… Tu não me deste o beijo de saudação… Tu não derramaste óleo na minha cabeça”. Simão, cheio de si, nunca pensou de verdade que precisasse de um Salvador e, por isso, não foi aberto para Jesus e para o Reino. Recebeu Jesus exteriormente, mas não aderiu a ele interiormente, de todo coração! Por outro lado, a mulher pecadora, adúltera pública, derrama as lágrimas e o coração aos pés de Jesus, com toda simplicidade, com toda sinceridade, do fundo de sua miséria… Reconhece-se pecadora, quebrada, infiel; sem máscara nenhuma, mostra-se ao Senhor e suplica sua misericórdia. Por isso, pode ouvir: “Teus pecados estão perdoados. Vai e paz!”
Somente quando experimentamos, de fato, esta pobreza, podemos verdadeiramente acolher Deus que nos vem em Jesus como Salvador. Caso contrário, diremos que cremos nele, mas somente creremos de fato em nós e em nossas mil riquezas econômicas, afetivas, sociais, psicológicas, espirituais… Assim, do alto da nossa auto-suficiência, tornamo-nos incapazes de acolher de verdade o Reino. Não é este o drama do mundo? Com nossa ciência, com nosso divertimento, com nossa liberação total, com nossos bens de consumo… quem precisa de um Salvador? Temos tudo, somos ricos, estamos bem assim e, sozinhos, nos bastamos!
Pois bem: faz parte do núcleo da convicção cristã que não nos bastamos, que somos pobres e, sozinhos, jamais nos realizaremos plenamente. É o que são Paulo exprime na segunda leitura da Missa: aos cristãos de origem judaica, ele recordava que a salvação não vem das obras da Lei de Moisés, de nossa própria bondade, mas unicamente da fé em Jesus, presente de Deus, misericórdia de Deus para nós. É esta, muitas vezes, a nossa dificuldade: compreender que somos todos pobres diante de Deus; precisamos dele, a ele devemos abrir nossa mente, nosso coração, nossa vida. Aí, sim, o Reino de Deus começará a acontecer e Deus em Cristo reinará de verdade na nossa vida e, através de nós, na vida do mundo.
Que nos perguntemos: sou pobre ou sou rico? Reconheço devedor e dependente de Deus, realmente? Tenho-o como meu Salvador e minha riqueza? Aposto nele a minha vida? Tenho consciência que a vida não é minha de modo absoluto, mas é um do qual deverei prestar contas ao doador? O Senhor nos ajude e ilumine nosso coração e nossa mente!