A dimensão pastoral da
actividade dos Núncios Apostólicos e as dificuldades específicas que lhe são
inerentes, e um perfil do candidato ao episcopado foram evocadas nesta
sexta-feira de manhã pelo Papa Francisco, num encontro com os Representantes
Pontifícios através do mundo, reunidos em Roma, nestes dias, convocados a seu
tempo por Bento XVI, no âmbito do Ano da Fé. “Ocasião – recordou hoje o Papa
Francisco – para rezar e reflectir juntos e para conviver fraternamente.
Trata-se de um serviço ao Sucessor de Pedro, no seu ministério da unidade. A
esta numerosa assembleia em que se sentia a catolicidade da Igreja, a sua
dimensão universal, Francisco fez questão de dirigir palavras sentidas, num
discurso muito pessoal, sem palavras de mera circunstância.
O Papa observou que a vida dos Representantes pontifícios é “uma vida de nómadas”, sempre com a mala pronta, pelo facto de mudarem frequentemente de lugar, de continente. Uma existência que lhes dá “o sentido do caminho, central na fé, como Abraão. O que exige antes de mais “o sacrifício de se despojar das coisas, dos amigos, das ligações e recomeçar sempre de novo. O que não é fácil. É viver no provisório, saindo de si mesmo, sem ter um lugar onde lançar raízes, uma comunidade estável…”.Citando uma afirmação feita em 1951 por Mons. Montini, futuro Paulo VI (de que hoje se celebra os 50 anos de eleição pontifícia), Papa Francisco observou que a figura do representante pontifício é “a de alguém que tem verdadeiramente consciência de levar Cristo consigo”, como bem precioso a comunicar… a representar.
O Papa Francisco advertiu contra o perigo, também para os homens da Igreja, daquilo que De Lubac designava como “mundanidade espiritual”: ceder ao espírito do mundo, que leva a agir para a própria realização e não para a glória de Deus – uma espécie (disse) de “burguesia do espírito e da vida” que leva a conformar-se, a procurar uma vida cómoda e tranquila”. E recordou o que dizia, recentemente, aos alunos da Academia Eclesiástica, citando o “Diário da Alma”, do Beato João XXIII, que afirmava ter compreendido cada vez melhor que, para bem realizar a sua missão (de representante pontifício) tinha que se concentrar no essencial – Cristo e o Evangelho, caso contrário corre-se o risco de cair no ridículo uma missão santa.“São palavras fortes, mas verdadeiras: ceder ao espírito mundano expõe - sobretudo a nós, Pastores – ao ridículo: poderemos porventura receber aplausos, mas esses mesmos que pareçam aprovar-vos, criticar-vos-ão depois, pelas costas”.
O Papa insistiu em sublinhar que os representantes pontifícios são todos Pastores:
“Somos Pastores” Isto, nunca podemos esquecê-lo. Vós, caros Representantes pontifícios, sois presença de Cristo, sois presença sacerdotal, de Pastores… sois Pastores que servem a Igreja, com a função de encorajar, de serdes ministros de comunhão, e também com a tarefa, nem sempre fácil, de corrigir. Fazei sempre tudo com profundo amor… Procurai sempre o bem, o bem de todos, o bem da Igreja e de cada pessoa”. Na parte final da sua alocução aos Núncios Apostólicos, o Santo Padre referiu “um dos pontos mais importantes do seu serviço: a colaboração para as nomeações episcopais, indicando alguns critérios a ter em conta nessa “delicada tarefa”:
“que os candidatos sejam Pastores próximos das pessoas (este é o primeiro requisito), pais e irmãos, sejam mansos, pacientes, misericordiosos; amem a pobreza - interior, como liberdade para o Senhor, e também exterior, como simplicidade e austeridade de vida, que não tenham uma psicologia de “príncipes”. “Sede atentos a que não sejam ambiciosos, que não procurem o episcopado” – insistiu o Papa, acrescentando ainda: “que sejam esposos de uma Igreja, sem passarem o tempo à procura de outra”. Finalmente, os Pastores “saibam ir à frente do rebanho a indicar o caminho, no meio do rebanho para o manter unido, e atrás do rebanhopara evitar que alguém fique para trás e para que o rebanho aprenda a encontrar o caminho.
O Papa observou que a vida dos Representantes pontifícios é “uma vida de nómadas”, sempre com a mala pronta, pelo facto de mudarem frequentemente de lugar, de continente. Uma existência que lhes dá “o sentido do caminho, central na fé, como Abraão. O que exige antes de mais “o sacrifício de se despojar das coisas, dos amigos, das ligações e recomeçar sempre de novo. O que não é fácil. É viver no provisório, saindo de si mesmo, sem ter um lugar onde lançar raízes, uma comunidade estável…”.Citando uma afirmação feita em 1951 por Mons. Montini, futuro Paulo VI (de que hoje se celebra os 50 anos de eleição pontifícia), Papa Francisco observou que a figura do representante pontifício é “a de alguém que tem verdadeiramente consciência de levar Cristo consigo”, como bem precioso a comunicar… a representar.
O Papa Francisco advertiu contra o perigo, também para os homens da Igreja, daquilo que De Lubac designava como “mundanidade espiritual”: ceder ao espírito do mundo, que leva a agir para a própria realização e não para a glória de Deus – uma espécie (disse) de “burguesia do espírito e da vida” que leva a conformar-se, a procurar uma vida cómoda e tranquila”. E recordou o que dizia, recentemente, aos alunos da Academia Eclesiástica, citando o “Diário da Alma”, do Beato João XXIII, que afirmava ter compreendido cada vez melhor que, para bem realizar a sua missão (de representante pontifício) tinha que se concentrar no essencial – Cristo e o Evangelho, caso contrário corre-se o risco de cair no ridículo uma missão santa.“São palavras fortes, mas verdadeiras: ceder ao espírito mundano expõe - sobretudo a nós, Pastores – ao ridículo: poderemos porventura receber aplausos, mas esses mesmos que pareçam aprovar-vos, criticar-vos-ão depois, pelas costas”.
O Papa insistiu em sublinhar que os representantes pontifícios são todos Pastores:
“Somos Pastores” Isto, nunca podemos esquecê-lo. Vós, caros Representantes pontifícios, sois presença de Cristo, sois presença sacerdotal, de Pastores… sois Pastores que servem a Igreja, com a função de encorajar, de serdes ministros de comunhão, e também com a tarefa, nem sempre fácil, de corrigir. Fazei sempre tudo com profundo amor… Procurai sempre o bem, o bem de todos, o bem da Igreja e de cada pessoa”. Na parte final da sua alocução aos Núncios Apostólicos, o Santo Padre referiu “um dos pontos mais importantes do seu serviço: a colaboração para as nomeações episcopais, indicando alguns critérios a ter em conta nessa “delicada tarefa”:
“que os candidatos sejam Pastores próximos das pessoas (este é o primeiro requisito), pais e irmãos, sejam mansos, pacientes, misericordiosos; amem a pobreza - interior, como liberdade para o Senhor, e também exterior, como simplicidade e austeridade de vida, que não tenham uma psicologia de “príncipes”. “Sede atentos a que não sejam ambiciosos, que não procurem o episcopado” – insistiu o Papa, acrescentando ainda: “que sejam esposos de uma Igreja, sem passarem o tempo à procura de outra”. Finalmente, os Pastores “saibam ir à frente do rebanho a indicar o caminho, no meio do rebanho para o manter unido, e atrás do rebanhopara evitar que alguém fique para trás e para que o rebanho aprenda a encontrar o caminho.
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